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Rocky Road to Dublin

Mais de 30 anos depois de rodado e no ano em que Cork é a capital europeia da cultura, o documentário de Peter Lennon, filmado por Raoul Coutard, o operador de câmara de Godard e Truffaut, The Rocky Road to Dublin passa finalmente esta semana no Cork Film Festival.

O que fazer com a revolução depois de a obter? é a pergunta a que Peter Lennon tenta responder com este documentário em que argumenta que se a revolução de 1916 acabou com o domínio inglês na Irlanda (possível com a preciosa ajuda do Papa Adriano IV a Henrique II da Inglaterra,) este foi substituído por um domínio religioso opressivo.

Numa entrevista ao jornal Britânico Guardian, Retrato de uma sociedade sujeita a lavagem cerebral, o autor conta como a Igreja Católica irlandesa censurou eficazmente o filme, um dos oito escolhidos para a semana da crítica no festival de Cannes de 1968 e o último filme visonado antes de Godard e Truffault cancelarem o festival, por solidariedade para com os estudantes.

No próximo sábado a múmia sai finalmente da tumba. E as perguntas incómodas postas por este documentário há três décadas continuam actuais: conseguiram os políticos irlandeses libertar-se do que é descrito no filme como «a terrível e fatal ligação entre Igreja e Estado»?

A julgar pelo acordo entre a Igreja e o estado irlandês que assumiu cerca de 75% das indemnizações devidas aos milhares de vítimas de abuso sexual e trabalho escravo nas instituições católicas irlandesas parece que não…

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