Caça às bruxas no Quénia
A polícia deteve 19 pessoas por suposta implicação na morte de 11 camponeses acusados de bruxaria e queimados vivos terça-feira por uma multidão encolerizada numa aldeia do Quénia.
«Dezanove pessoas foram detidos e estão a ser interrogadas, mas prossegue a busca por mais suspeitos», declarou à imprensa um porta-voz da polícia queniana.
Pelo menos 11 pessoas, na sua maioria mulheres com idades entre o 70 e 90 anos, foram queimadas vivas terça-feira à noite na aldeia de Nyakeo por uma centena de pessoas, que as manietaram antes de as queimarem numa fogueira.
Um balanço feito por um responsável local e pelos habitantes da aldeia de Nyakeo diz por outro lado que 15 mulheres foram queimadas vivas.
Dezenas de pessoas suspeitas de bruxaria foram mortas no nordeste do Quénia na última década, face a rumores de que pessoas se tornavam canibais, surdos, mudos ou mortos-vivos devido a feitiços nesta região reputada de «zona de feiticeiros».
Até agora, as autoridades quenianas não conseguiram neutralizar estes grupos de autodefesa comunitária.
Vários casos de bruxaria foram registados recentemente também na vizinha Tanzânia, o que obrigou à instauração de um sistema de protecção especial aos albinos, alguns dos quais mutilados e assassinados em rituais de bruxaria.
Fonte: Sol, 22 de Maio de 2008.