As Mulheres e o Ateísmo
Hoje assinala-se o Dia Internacional da Mulher para recordar que a luta por direitos iguais entre géneros ainda não está concluída.
É verdade que tem havido melhorias em vários sectores, mas ainda assim insuficientes. Poderíamos apontar a necessidade de nivelar salários, de haver mais oportunidades para mulheres em cargos de gestão (e se não estão nesses cargos não há-de ser por falta de mérito), de deixar de atribuir profissões a géneros específicos, de acabar com a violência doméstica e com situações de assédio em contexto social ou laboral, só para mencionar alguns exemplos. É um esforço conjunto que temos de fazer enquanto sociedade.
É também no contexto religioso e espiritual que encontramos disparidades de género: os padres, gurus ou líderes religiosos por norma são homens; a submissão e subalternidade é acentuada para o lado feminino; quando as mulheres participam nos rituais normalmente é como auxiliares embora na prática tenham um papel ativo junto das comunidades e no papel de evangelização. Esta situação é transversal às diversas religiões, em particular as monoteístas. Enquanto associação humanista, gostaríamos que esta situação mudasse.
No que concerne ao ateísmo, sabemos que muitas mulheres se reconhecem como ateias, mas poucas (ainda) são vocais quanto ao tema. Ao elaborar a lista para os órgãos sociais, procurei incluir mais mulheres, mas pouca foi a disponibilidade (as causas são várias). Assim, neste Dia Internacional da Mulher, exorto à participação feminina para que a sua voz seja ouvida, porque a vossa opinião conta muito. Mulheres e Homens devem fazer-se ouvir dentro e fora desta nossa comunidade que estamos a tentar congregar. Juntos, a nossa mensagem terá mais força.