1º Manifesto Mundial contra Pseudoterapias
Foi esta semana apresentado o resultado da recolha de assinaturas para o Manifesto contra as Pseudoterapias. Assinaram 2750 cientistas e profissionais de saúde de 44 países, numa iniciativa que começou com um cunho europeu, mas que rapidamente ganhou um cariz mundial, como noticia o jornal Público.
A iniciativa partiu da APETP – Asociación para Proteger al Enfermo de Terapias Pseudocientíficas, que juntou outras instituições espanholas a portuguesas, francesas, inglesas, dinamarquesas e suecas para promoverem o manifesto e a recolha de assinaturas. Em Portugal, a organização ficou a cargo da COMCEPT – Comunidade Céptica Portuguesa.
A mensagem principal do Manifesto é que as pseudoterapias são perigosas, seja porque fazem diretamente mal à saúde (interação com medicamentos, interação planta-medicamento, intoxicações, ou dano direto em órgãos) ou indiretamente (ao atrasarem o contacto com profissionais de saúde). As pseudoterapias não são medicina.
Se as pseudoterapias já eram uma fonte de preocupação pelos motivos apresentados e pelo crescente movimento antivacinação, nos tempos que correm estão ainda mais presentes, sendo os seus promotores igualmente disseminadores de desinformação relacionada com a saúde e com teorias da conspiração em tempos de pandemia. A preocupação global é de tal ordem que se instituiu o dia 20 de Outubro (assinalado ontem) como o Dia Mundial dos Cuidados de Saúde Baseados na Evidência, porque os doentes têm o direito de saber que os tratamentos a que recorrem são eficazes. Resta-nos a nós, cidadãos, fazer pressão política para alterar a regulamentação deste tipo de práticas.