O 17.º aniversário da canonização de Santo Escrivá
Não sei como pude esquecer o 17.º aniversário da canonização do bem-aventurado servo de Deus, monsenhor Escrivá de Balaguer, que, depois de percorrer os degraus de Venerável e Beato, chegou a Santo em 6 de Outubro de 2002, graças a dois milagres aprovados – o primeiro no campo da oncologia e o segundo do foro da dermatologia. Com 13 dias de atraso, aqui fica a reparação devida ao taumaturgo.
O apoio ao ditador Franco e a obsessão por dinheiro, poder e honrarias podem ter arredado o clérigo da bem-aventurança eterna mas não lhe tolheram a canonização.
O virtuoso bispo do Funchal, D. Teodoro de Faria e o impoluto ministro de Estado e da Defesa, Dr. Paulo Portas, destacaram-se então entre os portugueses bem formados, convidados a deslocar-se a Roma para a cerimónia. Não terão deixado de rezar para que se esquecessem as ligações da Prelatura ao mundo da alta finança e os inúmeros escândalos financeiros em que se viu envolvida no passado ( Rumasa, Matesa, Banco Ambrosiano, etc.) já que não iriam rezar pelos escândalos vindouros.
A tentativa de criar o governo teocrático universal sonhado por Paulo, a sua aliança com a Mafia internacional e a pseudo maçonaria financeira, ou o abuso indiscriminado do negócio milagreiro, documentados por Juan G. Atienza (Los Pecados de La Iglesia), são acusações esquecidas.
Os aspetos negativos da personalidade de Escrivá, referidos pela colaboradora e secretária de muitos anos, Maria del Carmen Tapia, no livro “Uma vida na Opus Dei”, e as denúncias de Robert Hutchison em “O Mundo Secreto do Opus Dei” desvanecem-se com o tempo.
Regozijemo-nos, pois, por ter sido Monsenhor Escrivá “o justo entre os justos mais rapidamente elevado aos altares em toda a história da Igreja”, 17 anos exatos após a sua morte ( Ob. citada de J. Atienza, Pág. 342).
Já então 1750 sacerdotes e 80 mil fiéis – um exército de prosélitos sob a omnímoda autoridade de um prelado que dispunha de amplos recursos financeiros e sólidos apoios políticos em todo o mundo – não deixaram de proclamar a santidade do “Pai”.
Dez anos e 13 dias depois da canonização, quem não puder beneficiar da graça divina por intercessão do poderoso santo, evite desafiar a ira da Prelatura. Os recursos financeiros e o poder político não deixaram de se multiplicar e globalizar.
Perfil de Autor
- Ex-Presidente da Direcção da Associação Ateísta Portuguesa
- Sócio fundador da Associação República e laicidade;
- Sócio da Associação 25 de Abril
- Vice-Presidente da Direcção da Delegação Centro da A25A;
- Sócio dos Bombeiros Voluntários de Almeida
- Blogger:
- Diário Ateísta http://www.ateismo.net/
- Ponte Europa http://ponteeuropa.blogspot.com/
- Sorumbático http://sorumbatico.blogspot.com/
- Avenida da Liberdade http://avenidadaliberdade.org/home#
- Colaborador do Jornal do Fundão;
- Colunista do mensário de Almeida «Praça Alta»
- Colunista do semanário «O Despertar» - Coimbra:
- Autor do livro «Pedras Soltas» e de diversos textos em jornais, revistas, brochuras e catálogos;
- Sócio N.º 1177 da Associação Portuguesa de Escritores
http://www.blogger.com/profile/17078847174833183365
http://avenidadaliberdade.org/index.php?content=165