Furacão Macedo
Os devotos do costume, que consideram estar acima da lei todos os que agem em nome de um mito, regurgitaram os comentários «piedosos» a que já nos habituaram no post que informava a clara violação da lei nacional cometida por Paulo Macedo, director-geral dos Impostos, que, para além de violar a laicidade do Estado, é igualmente intimidatória para todos os funcionários da DGCI que não frequentem missas e demais manifestações católicas. Para além, claro, de ser uma «estratégia manhosa do dr. Macedo para impor ao Governo a sua recondução com um vencimento superior ao de George Bush»!
A falácia encontrada para justificar a violação da lei cometida pelo devoto Opus Dei assentava nas supostas ética e eficiência profissionais exemplares que seriam o ex-libris do dito alto funcionário do Estado português, agraciado por obra e graça de espírito santo Manuela Ferreira Leite com poderes e salário inauditos (para além de beneficiar da revolução informática, que não obstante os seus esforços em contrário, agilizou as Finanças).
Por informação de um dos nossos leitores mais atento parece-me que as exemplares virtudes éticas e profissional apontadas se resumem ao proselitismo e devoção católicos de que deu provas q.b., nomeadamente na presteza com que interpretou da Concordata a isenção da Igreja em sede de impostos.
Por exemplo, em relação à «exemplar» ética fiquei a saber que:
«Paulo Moita de Macedo, o director- geral dos Impostos, a quem foi instaurado um ‘processo de execução fiscal’ por dívidas em contribuição autárquica referente a 2001, viu a sua propriedade na aldeia de Santo Estêvão, concelho de Benavente, avaliada em 70 mil euros, quando os preços de mercado ‘atingem algumas centenas de milhares de euros, de acordo com algumas fontes. É uma “casa de campo’, afirmam, que facilmente ultrapassa a quantia apurada para efeitos fiscais.»
Em relação à eficiência profissional parece-me muita parra e pouca uva, isto é, como confirma o Jumento, muita propaganda, poucos resultados:
«continuam por cobrar nos serviços de Finanças 13,98 mil milhões de euros, um valor que equivale a 9,5% do PIB português, noticia hoje o Jornal de Negócios.
Esta dívida tem vindo a crescer todos os anos, desde pelo menos 2001, e daria para pagar dois défices orçamentais. De acordo com o Relatório de Actividades da Direcção Geral dos Impostos (DGCI) de 2005 (…) Este valor cresce 4% em relação a 2004 quando a administração fiscal se tinha comprometido a reduzi-lo em 9,4% no período de um ano».