Morreu Pinochet
Morreu há umas horas o ex-ditador chileno Augusto Pinochet, um crente tão dedicado que mereceu de João Paulo II o epíteto de católico exemplar. Aparentemente o milagre a que a filha atribuiu a recuperação do ataque cardíaco que lhe mereceu a extrema-unção era de má qualidade…
Pinochet morreu convicto de ir direitinho ao Paraíso, já que o «Deus» católico perdoar-lhe-ia certamente todos os «ligeiros» atropelos aos direitos humanos, incluindo o assassinato de pelo menos 3200 opositores políticos, que cometeu durante os 17 anos da sua abençoada ditadura, uma vez que todas as suas acções tiveram inspiração «divina».
Em breve saberemos se a Presidente Michelle Bachelet, prisioneira e torturada pela ditadura, traduz por actos o que pensa e expressou na campanha eleitoral, que depois de todos os crimes cometidos pelo ditador – católico convicto actuando em nome de «Deus» é certo e por isso muitos chilenos o perdoam – «seria muito violento para a consciência chilena realizar um funeral de estado» a Pinochet!
Pelo menos reiterou recentemente que seria uma violação da sua consciência assistir a um funeral de estado pelo ditador…
Desenvolvimentos: O corpo de Pinochet será transferido em breve para a Escola Militar de Santiago onde permanecerá até ser decidido se tem ou não direito a um funeral de Estado, com três dias de luto nacional e bandeiras a meia haste. As minhas previsões é que não terá mas o poder da Igreja Católica no Chile é ainda muito grande não obstante os ventos de mudança que sopram as teias de aranha do totalitarismo católico do Chile!
Entretanto nas ruas de Santiago milhares de chilenos celebram as notícias, muitos com champanhe. A polícia chilena recusou baixar as bandeiras, e houve confrontos entre a polícia e os católicos pró-Pinochet que exigiam as bandeiras a meia-haste. Embora a presidente chilena já tenha sido informada da morte do ditador nenhum comunicado saiu do palácio de La Moneda. Diria que são cada vez mais fortes as probabilidades de um funeral militar para Pinochet.