Cristãos unidos contra o evolucionismo
Do Quénia chegam-nos mais notícias que indicam ser a ciência, em especial o evolucionismo, o pior obstáculo à «propagação» da fé cristã e como tal é o alvo em que assestam os ataques de todos os flavours do cristianismo. Desta vez as poderosas igrejas evangélicas do Quénia exigem ao Museu Nacional deste país, possuidor da mais completa colecção de fósseis que retratam inequívocamente a a evolução do homem, que este retire esta colecção da exibição ou pelo menos que a relegue para um local sem visibilidade.
O Museu Nacional do Quénia é o local onde podemos ver o Turkana Boy, descoberto em 1984 em Nariokotome perto do lago Turkana no Quénia, o exemplar mais completo e um dos mais antigos, cerca de 1.6 milhões de anos, do Homo erectus. Mas o Museu exibe igualmente fósseis de vários exemplares do Australopithecus anamensis, o primeiro hominídeo a exibir bipedalismo, com cerca de 4 milhões de anos. Isto é, o Museu Nacional do Quénia, um ponto de atracção turístico situado perto de Nairobi, exibe uma colecção que não deixa quaisquer dúvidas em quem a aprecie sobre a evolução do homem.
A comunidade cristã local, como seria de esperar, não suporta ver algo que contradiz as bases da sua mitologia e como pretende o bispo Bonifes Adoyo, que preside à comunidade «Cristo é a resposta», completamente em uníssono com o Vaticano, a exibição apresenta como um facto aquilo que na realidade é uma ateísta «teoria» – para todos os cristãos fundamentalistas sinónimo de palpite. Ou seja, os cristãos locais não querem que os visitantes do Museu confirmem com os próprios olhos a evolução do homem. Porque para os cristãos:
«A nossa doutrina é que nós não evoluímos dos macacos e preocupa-nos imenso que o Museu queira aumentar a proeminência de algo apresentado como um facto quando apenas é uma teoria».
Adoyo disse que todas as igrejas cristãs do país se unirão para forçar o Museu a esconder do público as evidências que comprovam a palermice da mitologia cristã quando este reabrir em Junho próximo depois de ano e meio de remodelações.
O bispo Adoyo distinguiu-se no passado pela sua campanha para mudar o motto nacional do Quénia, harambee, uma palavra que em Kisuaheli quer dizer algo como «a união faz à força», mas que Adoyo pretende ser extremamente ofensivo para os cristãos já que seria, supostamente, uma corruptela de uma invocação à deusa hindu Ambee !