Loading

Steve Irwin e os prosélitos


Steve Irwin, o conhecido «Crocodile Hunter», morreu ontem num acidente infeliz, quando mergulhava na Great Barrier Reef. Um militante incansável de causas ecológicas, especialmente focadas na necessidade de preservar predadores como tubarões e crocodilos, Steve foi um dos maiores defensores da conservação da Natureza do século XX. Os seus programas de televisão, transmitidos em inúmeros países, despertaram os muitos milhões de espectadores para a sua causa, mostrando, da forma carismática que o caracterizava, centenas de espécies nos seus habitats naturais, desmistificando o que normalmente é sensacionalizado e revelando toda a beleza do mundo natural de uma forma didáctica mas com a simplicidade e paixão que o caracterizavam.

A sua missão de re-ligar a humanidade ao mundo natural, fazendo os espectadores dos seus documentários perceberem o mundo que as gerações futuras herdarão se nada for feito para preservar as espécies ameaçadas de extinção, foi inesperadamente cerceada por uma raia.

Ken Ham, o presidente da coisa que dá pelo nome de Answers in Genesis, aproveitou de forma vergonhosa a morte de Irwin. A leitura da prosa desprezivelmente cristã que debitou, indica não conseguir o devoto cristão engolir a popularidade do carismático e ateu guerreiro da natureza. Assim, usa de forma inaceitável o trágico acidente para proselitar os seus leitores, recorrendo às armas habituais do cristianismo, a ameaça com a morte e com a ira do Deus vingativo inventado no neolítico, insinuando que Steve morreu porque não era um criacionista, aliás para além de ateu, nos seus programas era, como qualquer pessoa normal, um advogado do evolucionismo.

Como diz PZ Meyers, a vida e a morte de Steve Irwin recorda-nos o entusiasmo e paixão de uma vida bem vivida, uma vida que contribuiu para um mundo melhor. A vida de Ken Ham relembra-nos quão desprezíveis, mesquinhas e insignificantes são as vidas daqueles que deixam a religião obliterar-lhes o cérebro!

Perfil de Autor

Website | + posts