Ocidente e Islão: um choque de civilizações
Texto de Sam Harris retirado do livro “O fim da Fé.”
Samuel Huntington descreveu o conflito entre o Islão e o Ocidente como «um choque de civilizações». Huntington observou que onde quer que muçulmanos e não muçulmanos tenham uma fronteira comum, o conflito armado é altamente provável. Utilizando uma frase feliz para uma realidade infeliz, declarou que «o Islão tem suas fronteiras ensanguentadas».
Ao contrário do que se pensa, Bin Laden não se «tornou num símbolo amplo e sobre-determinado de todos os ódios e medos da América». Basta ler o Alcorão para saber, com certeza quase matemática, que todos os muçulmanos verdadeiramente devotos estarão «convencidos da superioridade da sua cultura, e obstinados com a inferioridade do seu poder» tal como Huntington alega.
O mal que penetrou nas nossas fronteiras não é apenas o do terrorismo. É o mal da fé religiosa no momento da sua ascensão politica. Claro que o Islão não é a única religião susceptível de sofrer transformações tão terríveis, embora a sua ascensão, neste momento da história, seja única.
Os líderes ocidentais que insistem em afirmar que o nosso conflito não é com o Islão estão enganados.
Como sempre tenho tentado demonstrar, temos também um problema com o Cristianismo e o Judaísmo.Está na altura de reconhecermos que todos os homens e mulheres razoáveis têm um inimigo comum. É um inimigo tão próximo de nós, e tão enganador, que continuamos a seguir a sua orientação ao mesmo tempo que ameaça destruir a simples possibilidade da felicidade humana. O nosso inimigo não é mais do que a própria fé.
Embora seja reconfortante acreditar que o nosso diálogo com o mundo muçulmano tem, como um dos seus desfechos possíveis, um futuro de tolerância mútua, nada nos garante que isso aconteça, e muito menos os princípios do Islão. Dados os constrangimentos da ortodoxia muçulmana, dadas as penas existentes no Islão para punir a adaptação à modernidade, penso ser claro que o Islão deve encontrar uma maneira de se corrigir, pacificamente ou não.
O significado disto é tudo menos claro. O que parece óbvio, no entanto, é que o Ocidente deverá ganhar a discussão ou ganhar a guerra. Tudo o mais será escravidão.
(Enviado por Paulo Franco)
Perfil de Autor
- Ex-Presidente da Direcção da Associação Ateísta Portuguesa
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- Autor do livro «Pedras Soltas» e de diversos textos em jornais, revistas, brochuras e catálogos;
- Sócio N.º 1177 da Associação Portuguesa de Escritores
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