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O catolicismo nazi ou o nazismo católico

O nazi/fascismo foi a lepra que corroeu a Europa e a mancha cruel que alastrou a outros continentes antes da brutal carnificina a que daria origem.

A guerra de 1939/45 ou, mais exactamente, desde 1936 com o assassinato de quase um milhão de espanhóis, a maior parte dos quais da responsabilidade do devoto católico, Francisco Franco, provocou um mar de sangue e horror que ainda hoje arrepia.

Foram cerca de 60 milhões de vítimas, repugnando, pela violência racista e crueldade, o Holocausto que matou nos fornos crematórios seis milhões de judeus, além de ciganos, homossexuais, deficientes e outras minorias.

No século XX era impensável uma espiral de violência e orgia de sangue que mudaria a face do mundo e deixaria traumas para a posteridade.

Da Alemanha de Hitler tem-se dito quase tudo e é conhecida a máquina de extermínio que foi meticulosamente posta em marcha.

Esquece-se, porém, o violento e cruel Holocausto levado a cabo pelo nazismo católico da Croácia, ainda hoje lembrada como «croástica», com 487 mil sérvios ortodoxos e 27 mil ciganos assassinados. Dos 30.000 judeus assassinados na Jugoslávia, 20 a 22 mil morreram nos campos de concentração ustachis e os restantes nas câmaras de gás.

Resta dizer que o arcebispo de Zagreb, Stepinac, foi sempre solidário com os princípios do novo Estado da Croácia e se esforçou para que Pio XII reconhecesse o carrasco Ante Pavelic como um dos pilares essenciais da Igreja católica na Europa eslava.

Para Stepinac, Pavelic era um católico sincero e, do alto dos púlpitos exortava-se a população a rezar pelo algoz e pelos padres, quase todos franciscanos, que cooperavam nos morticínios.

As orações teve-as o Vaticano em conta quando, após a guerra, participou activamente na colossal operação de salvamento de criminosos contra a humanidade, conduzindo-os à América do Sul, depois de ocultar em igrejas, mosteiros e outros pios refúgios, incluindo o complexo de Castelgandolfo, a mais abjecta e repelente corja de assassinos.

Stepinac, arcebispo-primaz da Igreja Católica da Croácia, enviou uma carta ao ditador Ante Pavelic na qual referiu as opiniões favoráveis de todos os bispos às «conversões forçadas». Foi esse patife que JP2 II beatificou denunciando a verdadeira face da ICAR.

Os horrores são tantos e tão hediondos que dói recordá-los. Só não podemos deixar de execrar a cumplicidade da Igreja católica no horror nazi, primeiro, e, depois, na ajuda à impunidade dos mais sinistros dos seus carniceiros.

Os cardeais Montini (futuro Papa Paulo VI), Tisserant e Caggiano, definiram as rotas de fuga e alguns prelados, Hudal, Siri e Barrieri, concretizaram os trâmites necessários para criar documentos e identidades falsas para os criminosos. Foram padres, cujo nome se conhece, que assinaram pelo seu punho os pedidos para a concessão de passaportes da Cruz Vermelha a criminosos como Josef Mengele, Adolfo Eichmann, Ante Pavelic e Klaus Barbie, entre outros.

Fonte: A Santa Aliança – Ed. Campo das Letras, de Eric Frattini

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