Desmistificações políticas e sexuais
Ao ler este pequeno texto podemos dar com alguns problemas de interpretação em relação ao que é dito e aos papeis dos participantes. Vamos comparar o que é dito com a realidade:
Mito: a Igreja Católica tem voto na matéria, ou seja, que possui a autoridade de definir o que é uma familia ou que é desejável para qualquer ser humano na sua esfera pessoal e sexual.
Realidade: a moral sexual da Igreja é uma das mais obscuras criações da espécie humana e não passa de uma das muitas construções puramente culturais (bastante inferior a outras) que foram impostas pela brutalidade até se implantarem como psicoses quase permanentes. Para o cidadão moderno informado não tem (nem deve ter) qualquer poder vinculativo.
Mito: o catolicismo é (ou deve ser) guia do que é aprovado pela legislação.
Realidade: o catolicismo tem a liberdade de reprimir aqueles que a ele pertencem de livre vontade (o que nao inclui os alunos nas suas escolas – ou seja, não têm carta branca para fazerem o que lhes apetecer no sistema de educação privado) e mais ninguém. A lei, em questoes de direitos civis, existe apenas para mediar conflictos entre as várias esferas pessoais, especialmente para as proteger.
Mito: toda a posição religiosa (por muito odiosa e preconceituosa que possa ser) pode ser sustentada em nome de uma liberdade religiosa.
Realidade: a religião dobra os joelhos às liberdades individuais de cada cidadão, em especial aos direitos humanos e jamais poderá ser colocada acima destes (ex: uma religião que defenda posições racistas não deve ter a liberdade de as pregar e fazer lobby politicamente!! Os intolerantes perdem o direito à tolerância).
Mito: Na política existe um espaço para elemento religiosos.
Realidade: Quem admite esse tal espaço religioso fica na iminência de mais tarde ou mais cedo estar dependente de teocratas e de ter que subtituir a política pela teologia, o estado pela Igreja, a liberdade pela ortodoxia e o individuo pela congregação (basta olhar para os países em que mais espaço se dá à religião nos fóruns políticos para tirar estas conclusões).