E mais censura católica
Artistas cariocas manifestaram-se contra a censura da obra «Desenhando em Terços», de Márcia X., falecida o ano passado, que integrava a exposição «Erotica – Os sentidos na arte», no Rio Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB). Os artistas usaram uma t-shirt com uma reprodução da obra de Márcia X. e com a frase «EducaAção/Censura Não».
De igual forma, o ministro da Cultura, Gilberto Gil, relembrou a Constituição Brasileira, segundo a qual é «livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença» para declarar, em nota oficial enviada ao CCBB, que toda a censura é inaceitável e que esperava que o CCBB reconsiderasse sua decisão
Paulo Rogério Caffarelli, director de Marketing e Comunicação do BB, disse que o banco não pretende retirar qualquer outra peça da exposição, como pede uma acção do grupo católico Opus Christi, que quer a retirada de uma tela de Alfredo Nicolaiewsky em que São Jorge está ao lado de um homem com a mão na roupa interior.
A peça de Márcia X., que foi vista por 56 mil pessoas em São Paulo, foi retirada da exposição por pressão do dito grupo católico Opus Christi que possui 700 membros no Brasil. Isto é, 700 pessoas acham-se no direito de decidir o que os muitos milhões de brasileiros podem ou não ver. Enfim, tiveram uma ajudinha da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, que ameaçou passarem os padres católicos a incluir a questão da obra de Márcia X nos seus sermões…
Contra qualquer tipo de fundamentalismo, neste caso católico, pode assinar aqui a petição, Censura Não.