Liberdade Religiosa em perigo
Sou frontalmente contra a promiscuidade entre o Estado e a Igreja. Como defensor da laicidade do Estado, do princípio de separação, revoltam-me situações como a que denunciei no meu artigo anterior.
Obviamente sou frontalmente a favor da liberdade religiosa. E a liberdade religiosa inclui a liberdade de proselitar por aí. Na Argélia, ela está em causa: acabou de ser aprovada uma lei para «tentar estancar o avanço do cristianismo».
Segundo o El País, «O texto adoptado prevê penas de dois a cinco anos de prisão e multas entre os 5000 e os 1000 euros contra aqueles que “incitem, obriguem ou utilizem meios de persuasão para converter um muçulmano a outra religião”. As mesmas penas aplicam-se aqueles que fabriquem ou distribuam documentos em qualquer suporte que “procurem minar a fé dos muçulmanos”».
No Afeganistão, por outro lado, e como a Palmira acabou de descrever, os atentados à liberdade ultrapassam a derradeira barreira: pena de morte para quem opta por uma religião diferente.
Realmente, quando a separação de poderes não se verifica, a liberdade religiosa está em risco. Assim sendo, ao contrário da ideia que certos indivíduos tentam veicular, os defensores do respeito pelo princípio constitucional da laicidade do estado, são consequentemente defensores da liberdade religiosa.