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Molly Blythe

Uma escritora e ex-jornalista transformada em blogger, Molly Blythe, publicou no seu blog um guia de instruções completo num post com o título «Para as mulheres de South Dakota: Um manual de aborto».

O manual é devotado às mulheres de South Dakota, estado em que o aborto vai ser proibido em todas as circunstâncias, incluindo violação, incesto e perigo para a saúde da gestante, com a única excepção nos casos em que a vida da mulher está em perigo se continuar a gravidez, excepção que para os mui cristãos promotores da nova lei inclui a já famosa «Sodomized Religious Virgin Exception».

Segundo Molly, ela e alguns amigos têm coligido informação sobre o aborto nos últimos anos uma vez que acreditam, depois da confirmação dos primeiros teocratas cristãos para o Supremo Tribunal, que a resolução de 1973 do Supremo que permite o aborto, Roe vs Wade, não perdurará num país cada vez mais dominado pelos teocratas, pelo menos a nível do Supremo.

Como seria expectável choveram ameaças de morte sobre Molly por parte dos devotos cristãos, defensores intransigentes do direito à vida de óvulos e espermatozóides, que, e talvez por Molly declarar o blog como um local de discussão de assuntos feministas, não resistem a tentar silenciar pela força todos os que não partilham a sua visão cristã misógina do mundo. Muitos comentários, variantes menos polidas de mandar as mulheres, isto é prostitutas, fecharem as pernas, confirmam que o que está em causa na questão do aborto nem remotamente tem a ver com qualquer defesa de vida humana mas sim com o problema que esses cristãos têm com a autodeterminação sexual das mulheres e com o facto de poderem apreciar sexo sem «punição».

Na mesma linha de punição das mulheres, o estado do Missouri, em que foi aprovada uma resolução reconhecendo o cristianismo como a religião oficial do Estado, a única religião que tem «reconhecimento justificado», prepara-se para aprovar leis que não só proibem o aborto como a educação sexual nas escolas e o apoio financeiro estatal a contraceptivos a mulheres com poucos recursos ou mesmo a organizações que expliquem a essas mulheres qual o melhor contraceptivo e onde o podem comprar. O que pareceria um contrasenso se os devotos legisladores de facto estivessem preocupados com o aborto já que sem informação nem auxílio na compra e acesso a contraceptivos será prevísivel que mais mulheres e adolescentes do Missouri se encontrarão em situações de gravidezes indesejadas… Mas na realidade apenas traduz fielmente a posição cristã sobre o sexo!

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