Hóstia dominical – III
Racionalizar a premissa de uma primeira causa não causada argumentando que tudo teve uma causa é uma armadilha grotesca de ginástica intelectual.
Se tudo teve uma causa, não pode haver uma primeira causa e se a capacidade que possuímos para deduzir uma primeira causa não causada pode ser aduzida como justificativa de tal possibilidade, a capacidade que igualmente possuímos para racionalizar uma causa causada ad infinitum destrói impiedosamente qualquer noção de primeira causa.
É perante este simples raciocínio que toda a apologética que tenta viabilizar não só a conceção de Deus como também a sua irredutível inegabilidade, implode no seu próprio paradoxo.