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  • 20 de Março, 2013
  • Por David Ferreira
  • Humor

Apenas um sonho

Tive um sonho.

Sonhei que um defunto mental em avançado estado de jactância se dirigia a um enclave social da cidade de Roma, em voo Low Cost ( low para ele, cost para mim), com o intuito de negociar, com uma multinacional de seres imaginários, um empréstimo vitalício de esperança  para os pobres habitantes de um país que ele próprio contribuiu para empobrecer.

Ao seu lado, a estadear-se, uma nevoenta e redundante figura velada de negro, que me pareceu ser um morcego desasado, não pela forma, mas pela viseira rendada que a coroava e que lhe obstruía a visão, apenas lhe permitindo a orientação por intermédio de umas pavlovianas ondas sonoras  linguajadas em frequências impercetíveis ao comum dos racionais.

Acordei em sobressalto. Teria morrido? Encontrar-me-ia no Inferno?

De supetão, lembrei-me que era ateu e que até o pobre Diabo tinha sido despejado do seu domicílio privado com aquecimento central por falta de comparência às reuniões de condomínio. Tinha sido apenas um pesadelo.

Não volto a dormir a sesta depois de enfardar um lauto e sempre indigesto cozido à portuguesa…

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