Critérios contraditórios?
Enquanto em St Louis o arcebispo, Raymond Burke, excomungava os seis membros do conselho de direcção da igreja de St. Stanislaus Kostka e o seu padre polaco, Marek Bozek, por o conselho de direcção recusar ceder a propriedade da Igreja e o controle financeiro da paróquia para a arquidiocese, em Portland, Oregão, a arquidiocese local pretendia exactamente o contrário, ou seja, que eram as dioceses e não a arquidiocese as proprietárias dos bens da Igreja católica local.
A pretensão da arquidiocese local, que chocou os católicos americanos num caso vindo a lume recentemente, envolvendo a recusa da arquidiocese em pagar uma pensão de alimentos ao filho de um seminarista, surgiu na sequência da sua declaração de falência face aos muitos casos de abuso sexual de menores envolvendo padres da arquidiocese.
Aparentemente a pretensão do piedoso arcebispo de Portland de que apenas guardava a posse dos bens de outrem (as paróquias) não foi reconhecida pela Justiça americana, nomeadamente pela juíza Elizabeth Perris que determinou sexta-feira que todos estes bens são de facto posse da arquidiocese. Perris também rejeitou a outra pretensão da arquidiocese, de que deveria ser sujeita apenas à «lei da Igreja» e não à lei federal americana.
A decisão judicial, no entanto, não implica automaticamente que a referida arquidiocese seja forçada a vender propriedade da Igreja para pagar quer os acordos quer as indemnizações devidas aos abusados sexualmente.