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Daniela Mercury vetada no Vaticano

O Vaticano cancelou a participação da cantora Daniela Mercury no concerto de Natal do Vaticano do próximo dia 3 de Dezembro.

De acordo com o Vaticano, a decisão de retirar o convite efectuado há cerca de 5 meses deve-se ao facto de a cantora, embaixadora da Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) e da UNAIDS (programa da ONU para o HIV/SIDA), ter participado em campanhas de combate à SIDA, em que defende o uso de preservativos como medida profiláctica deste flagelo.

A cantora, que se declara católica e lamenta a decisão do Vaticano, afirma o seu direito «de discordar da posição da Igreja no que diz respeito à utilização da camisinha como forma de prevenção de doenças sexualmente transmissíveis, como a SIDA». Como já referimos, a Igreja Católica é contrária ao uso de preservativos (e qualquer método contraceptivo), mesmo no caso de casais em que um dos cônjuges está infectado com o HIV.

Para a cantora, o uso de preservativos «é um instrumento de protecção à vida» e afirmou que «Não vou deixar de defender a luta pelo uso da camisinha em hipótese alguma enquanto houver pessoas com riscos de vida pelas DST.»

Comentando a notícia, muito divulgada no Brasil, o padre José Pinto, da Igreja da Lapinha, no centro histórico de Salvador, afirmou que a posição contra o preservativo da Igreja é uma questão «de moral cristã» mais concretamente considera ser a posição da Igreja uma postura de «mãe, de mestra, de querer preservar as pessoas através da moral cristã».

Continuo baralhada com esta suposta «moral cristã», que para mim parece mais uma imoral cristã, que em vez de preservar alguém corresponde a uma condenação à morte de incontáveis pessoas especialmente em África, onde o poder da Igreja nas infraestruturas de saúde efectiva para todos esta «postura suicida e homicida», nas palavras do antropólogo brasileiro Luiz Mott.

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