Iguanas da evolução
De Londres chega-nos a notícia que a efígie inconfundível de Darwin se revelou no fundo de uma frigideira de uma post-doc inglesa. Cientistas de todo o mundo (uma em Portugal, outra em Londres e um em Princeton, Estados Unidos) interrogam-se sobre o significado (sobrenatural?) deste desenho inteligente de Darwin em tão improvável objecto. A dona, que o pretende vender e reverter o valor da venda para a organização American Civil Liberties Union, associação muito empenhada em combater a epidemia de IDiotia criacionista nos Estados Unidos, não especificou se a última refeição cozinhada antes de tão auspicioso fenómeno foi esparguete com almôndegas…
E falo em auspicioso fenómeno porque abre hoje as portas ao público a mais completa e ambiciosa exposição devotada a Charles Darwin, no Museu de História Natural em New York. A exposição, que inclui items das coleções da Universidade de Cambridge, da família Darwin e da Down House, onde o naturalista viveu os seus últimos 40 anos, será apresentada no Museu de História Natural de Londres no início de 2009, data em que se celebrará o bicentenário do nascimento de Darwin e os 150 anos da publicação da Origem das espécies. Disseminados pela exposição os visitantes podem encontrar tartarugas gigantes das Galápagos, iguanas e rãs cornudas, expostas em habitats que se assemelham aos encontrados por Darwin nos pontos de paragem da sua viagem no Beagle e que o levaram a propor a selecção natural e a evolução das espécies.
Não obstante abrir as portas numa altura em que as guerras da evolução estão ao rubro nos Estados Unidos e sendo certo que muitos dos IDiotas cristãos a encararão como uma retaliação dos ateus cientistas, a exposição «Darwin» foi pensada há três anos e integra uma série de exibições sobre pensadores, cientistas e exploradores famosos neste prestigiado museu nova-iorquiano.