O Governo ajoelhado
Ao fim de muitos – demasiados, para o meu gosto – anos, os governantes conseguiram chegar à conclusão de que uma grande parte das fundações existentes em Portugal não são mais do que viveiros de parasitas. Daí que tenha decidido efectuar uma avaliação das referidas fundações e, de acordo com as respectivas utilidades ou finalidades, vai reduzir as horas das mamadas podendo, até, secar a mama. Até aqui tudo bem, estou farto de pagar para alimentar parasitas.
No entanto, a notícia traz um texto que me deixa preocupado. Reparem, eu disse preocupado, não disse surpreendido. Então não é que “Em relação às cerca de 100 que foram criadas ao abrigo da Concordata, o Governo refere que “vão ter um tratamento à parte”, mas garante que também vão ser todas objecto de análise e avaliação”.? E eu pergunto: à parte, porquê? Vão ser avaliadas pelo bispo ou pelo cardeal? Talvez pela Conferência Episcopal? Ou será que, porque convém, se faz a separação entre Igreja e Estado?
Eu não tenho dúvidas de que algumas instituições religiosas prestam benefícios inegáveis – embora acabem por dizer “nós demos” – mas não me parece que tenham de ter tratamento diferenciado. Porque muitas outras instituições não religiosas também prestam serviços de valor inegável.
Ou (man)temos o Governo de joelhos?