A senhora ministra confessou-se…
Eu já andava desconfiado. A sério. Depois de ter proclamado a sua fé, a senhora ministra remeteu-se ao recolhimento esperando, talvez, que a chuva viesse. Porque a fé sempre há-de valer para alguma coisa, não é verdade? Mas o raio da chuva não veio e a senhora ministra resolveu mudar de tática, porque, certamente, alguém lá em cima não acreditou na fé da senhora ministra. Assim, e para que não restassem dúvidas, proclamou urbi et orbi que está na política porque é cristã.
Pois.
A mudança de tática é compreensível, não vá dar-se o caso de alguém, lá em cima, ter lido a Constituição da República Portuguesa e ter concluído – erradamente, claro – que estávamos num país laico. Ora, a assim ser, o S. Pedro, que é o que manda nestas coisas da chuva e do bom tempo, deve ter-se sentido desobrigado de molhar o país (se calhar, entendeu que não seria necessário, dado isto estar a meter água por tudo quanto é sítio, mas isto sou eu a pensar…), já que aquela declaração de fé pode ter cheirado a discurso político. E nós sabemos que os políticos, enquanto tais, são sérios candidatos a uma estada no Inferno. O que lhes vai valendo ainda são essas coisas da religião.
Mas não. A senhora ministra reiterou as suas convicções fortemente católicas, pelo que a sua situação é mais de apostolado do que de ministério. Ou então, é de ministério da Igreja, e assim já se compreende.
Por isso, S. Pedro, podes mandar água à vontade. Mas não muita, que isto já está a afundar-se…
Em simultâneo no “À Moda do Porto“