Mais casos de pedofilia
O governo irlandês investigou mais casos de pedofilia no seio da Igreja católica, agora na diocese de Ferns em County Wexford. De acordo com o relatório de 271 páginas foram registadas mais de 100 queixas de abusos sexuais alegadamente cometidos por 21 padres da diocese entre 1966-2002. As queixas contra 6 deste padres foram provadas em tribunal. O relatório indica também que, no mui católico país, as investigações da polícia foram inadequadas, ou seja muito provavelmente os restantes 15 padres não foram condenados porque as acusações não foram devidamente investigadas.
O relatório é muito crítico especialmente do bispo de Ferns no período entre 1960 e 1980, Donal Herlihy, que considerava os casos de pedofilia na sua diocese como nada mais que um «problema moral». Ou seja, as crianças abusadas constituíam apenas um pormenor irrelevante, o problema grave era a imoralidade de um padre que não respeitava o voto de celibato e incorria em pecado «carnal». Com um total desrespeito pelas vítimas, os padres acusados de abusar sexualmente de crianças eram simplesmente transferidos para outra paróquia ou outra diocese por um tempo mas mais tarde regressavam ao seu «rebanho» inicial.
Como diz o Filipe no Oeste Bravio, referindo-se à análise de John Stewart sobre a aparente contradição de a ICAR por um lado defender os padres pedófilos e por outro estar lançada numa cruzada homofóbica em que acusa «os homens-sexuais de andarem a destruir a civilização ocidental»: para a Igreja Católica «a homossexualidade é uma doença incurável que não pode ser tolerada por nenhum bom cristão. A pedofilia é um problema conjuntural que se resolve mudando o padre de freguesia.»