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Genocídio no Ruanda

Um padre católico belga, Guy Theunis, foi preso no aeroporto de Kigali, capital do Ruanda, pelo seu alegado papel no genocídio de 1994 que vitimou cerca de 800 000 Tutsis e Hutus moderados.

O procurador ruandês Emmanuel Rukangira disse à BBC que o padre Theunis é acusado de incitamento ao genocídio por ter reproduzido na sua revista «católica, o «Diálogo», artigos da publicação extremista Kangura. O editor da Kangura foi condenado a prisão perpétua pelo tribunal organizado pelas Nações Unidas para julgar os responsáveis pelo genocídio. Entre os quais se encontram vários padres e freiras católicos, já que alguns membros da hierarquia da Igreja Católica ruandesa tinham relações próximas com políticos extremistas e auxiliaram as milícias Hutu nos massacres.

Aliás, muitas das vítimas do genocídio foram chacinadas em igrejas e conventos. Por exemplo, na igreja de Nyange o padre Athanase Seromba preparou e supervisionou, juntamente com responsáveis locais, a matança de mais de 2000 tutsis que nela se tinham refugiado. A igreja foi arrasada por escavadoras com os fiéis lá dentro. Duas freiras, Gertrude Mukangango e Maria Kisito, foram condenadas em 2001 por um tribunal belga, a 15 e 12 anos de prisão, pelo seu envolvimento no massacre de 7000 Tutsis que se tinham refugiado no convento Sovu em Butare, no sul da Ruanda. Os refugiados foram reunidos num dos estábulos do convento e incinerados vivos com combustível cristãmente fornecido pelas duas freiras.

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