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  • 30 de Janeiro, 2012
  • Por Carlos Esperança
  • Humor

Momento zen de segunda_30_01_2012

João César das Neves (JCN) na habitual homilia no DN – O teste definitivo – regressa à obsessão pela família que o papa, os bispos e os padres preconizam, sem experiência na matéria.

JCN tomou a decisão pessoal de não escrever segundo o novo Acordo Ortográfico, uma decisão coerente de quem pensa de acordo com o concílio de Trento, mas não escreve em latim, uma língua mais sagrada e de acordo com a missa e o credo em que acredita.

O pensamento jurássico leva-o a afirmar que, em questões de família, Portugal anda há muito a reboque das posições extremistas do Bloco de Esquerda e que o edifício legal anti família, abusivamente construído pela maioria socialista, mantém-se intocado sem perspetivas de revisão.

JCN range os dentes e atira-se como gato a bofes contra o atual governo, convencido de que a situação anti família se agravou.  Vigora um governo diferente e a situação, não só não melhorou, mas agravou-se – afirma o devoto. Diz que a prática administrativa e financeira aproveita o quadro legal para ir subsidiando o aborto, minando o casamento, prejudicando as famílias numerosas, anulando a liberdade educativa. E denuncia com a incontida raiva de um devoto que foi dada continuidade à cavalgada infame, abrindo-se agora a porta a filhos de mães múltiplas.

JCN manifesta o seu desespero por saber que, nos tempos que correm, não há alterações a esta onda cultural e afirma que os ataques à família ainda crescem imparáveis para o auge e, ao mesmo tempo, regozija-se porque a onda lasciva está mais perto do fim do que parece dado o facto de ter chegado à velhice a geração do amor livre, Woodstock e Maio de 68.

Em tom dramático, com o gozo de quem a julga condenada ao Inferno, profetiza que será a velhice mais longa e solitária de sempre e com uma pesada herança de famílias desfeitas, filhos e netos alheios ou não nascidos, promiscuidade, traição, luxúria, (que) enfrenta agora o teste definitivo.

Com esta de filhos e netos alheios ou não nascidos, sobretudo com a preocupação pelos não nascidos, JCN mostra como convive mal com a sexualidade e como julga serem os exemplos sexuais do clero católico o paradigma que agrada ao seu deus.

NotaPor decisão pessoal, transcrevi as frases de JCN (em itálico) segundo o Novo Acordo Ortográfico.

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