Mais humanistas na ONU
O Center for Inquiry Transnational (CFI), uma organização humanista que congrega ateus, agnósticos e outros livres pensadores, obteve estatuto consultivo junto do Comité Económico e Social da ONU (ler o comunicado de imprensa do CFI). Tal estatuto permitirá a este grupo humanista não religioso ter representantes acreditados junto da ONU e participar em conferências como Organização Não Governamental.
O CFI tem como objectivo principal a «defesa e promoção da razão, da ciência e do livre exame em todas as áreas do esforço humano», e inclui como dois dos seus braços mais activos o Council for Secular Humanism e o Committee for the Scientific Investigation of Claims of the Paranormal. É dirigido por Paul Kurtz e congrega personalidades como Richard Dawkins, Christopher Hitchens, Susan Jacoby, Ibn Warraq ou Peter Singer.
Deve recordar-se que a IHEU (International Humanist and Ethical Union), a única organização humanista a ter assento no Comité Económico e Social da ONU até agora, tentou, a 26 de Julho de 2005, que a Sub-Comissão de Direitos Humanos da ONU condenasse o terrorismo praticado em nome da religião, e que esta acção foi travada pelos Estados islâmicos da ONU. Estes Estados têm actuado em muitas comissões e conferências da ONU em coligação com alguns países de população católica, nomeadamente quando estão em causa os direitos das mulheres ou comportamentos sexuais minoritários.
O estatuto consultivo de que goza a IHEU e outras ONG´s, e que foi agora concedido ao CFI, seria o estatuto adequado para a ICAR, que infelizmente é considerada pela ONU um «Estado» não membro mas com o estatuto de Observador Permanente. Efectivamente, a Santa Sé representa uma religião e não um Estado, e por isso deveria ser representada como uma ONG, como acontece com as outras religiões e com as organizações humanistas.