Lealdade
O mais famoso espião duplo americano, Robert P. Hanssen, o agente do FBI preso em 2001, foi condenado um ano depois a prisão perpétua sem hipótese de perdão, sem nunca explicar o que o motivou a trair o seu país.
O que intrigou o público americano, que não conseguia perceber quais as razões que levariam o devoto católico, membro da Opus Dei e fervoroso anti-comunista Hanssen a trair o seu país vendendo segredos à União Soviética durante mais de 15 anos. Especialmente porque o espião, contraproducentemente, afirmou quando foi preso que traiu o seu país por lealdade.
Esta afirmação suscitou uma série de teorias sobre a que lealdade se referiria Hanssen, sendo lealdade à Opus Dei uma resposta frequente.
Outra teoria apenas atribui indirectamente à sua filiação na Opus Dei a razão da traição ao seu país. Uma teoria que explica o sucedido porque, embora traindo o seu país, Hanssen consideraria justificados os seus actos uma vez que o dinheiro recebido dos russos foi usado para mandar os seus 6 filhos para escolas, muito caras, da Opus Dei. Os seus filhos eram bons alunos e ele esperava que no futuro, fruto da boa educação proporcionada, pudessem fazer parte de uma guerra santa que faria dos Estados Unidos um país «melhor», dedicado a Deus e em que fossem banidas abominações como o aborto, divórcio, contracepção e outros males que ele e a Opus Dei execravam.