Submissão II
A deputada holandesa Ayaan Hirsi Ali, que escreveu o argumento da curta-metragem «Submissão – Parte I», sobre a repressão sofrida pelas mulheres no Islão, afirmou à BBC que pretende continuar os planos originais e filmar a sequela do filme, não obstante o perigo envolvido em tal propósito.
De facto, «Submissão» foi a causa do bárbaro assassinato do realizador Theo Van Gogh, morto em Novembro último por um fundamentalista islâmico e a razão porque até hoje Ayaan Hirsi Ali continua rodeada de rígidas medidas de segurança. Mas para a parlamentar não realizar a continuação do filme «Recompensaria os assassinos de Theo van Gogh, recompensaria a violência, sugerindo que (os terroristas) conseguem impor às pessoas o comportamento que querem que estas apresentem».
Assim, Hirsi Ali pretende cumprir os objectivos do filme, «colocar uma lente nos detalhes dolorosos do Islão».
Detalhes nos quais está incluído que, como consequência da realização deste filme, com ou sem continuação, a vida desta holandesa nunca retornará à normalidade, perseguida até à morte pelos fanáticos islâmicos, tal como ainda acontece a Salman Rushdie pela publicação em 1989 dos «Versículos Satânicos». Mas segundo ela, «Independentemente dos riscos, vou fazer o filme, para mostrar que não nos devemos submeter à violência».
E considera que «É o que acontece – quando, como muçulmano, alguém afirma que não é muçulmano ou afirma algo que os radicais consideram apostasia, então eles acreditam que matar essa pessoa os levará para o Céu. Por isso vou viver, para lhes provar que não existe Céu – ou Inferno, já agora».