Ameaça IDiota na Europa contra ataca
Depois de desautorizada pelos seus colegas do partido democrata cristão da ideia peregrina de realizar um debate sobre criacionismo, versão desenho inteligente (ID), versus evolucionismo, com o fim de introduzir o primeiro nos curricula escolares, a ministra holandesa da Educação, Cultura e Ciência, Maria Van der Hoeven, continua a cruzada em prol da sua visão (blasfema) de ciência. Visão que é coincidente com a dos criacionistas que escreveram a proposta para os standards de ciência no estado do Kansas. Que é simplesmente uma forma encapotada de poder transmitir aos estudantes que explicações não naturais ou sobrenaturais são parte integrante da ciência e que Deus(es), qualquer que seja, é uma hipótese em ciência. O que é obviamente um absurdo!
Depois de os seus colegas de partido e os parlamentares holandeses terem afirmado que não estão interessados na regressão científica a que tal debate corresponderia, a esforçada ministra avançou com uma manobra populista e demagógica que, segundo ela, justificaria, se não mesmo exigiria, tal debate. Manobra que, se não for desmascarada como um pretexto espúrio para o real objectivo de introduzir o criacionismo nos curricula escolares, pode enganar os mais incautos, se considerarmos o clima de tensão religiosa que se vive na Holanda desde o assassinato de Theo van Gogh.
Assim, a ministra afirma que se conseguiria uma melhor integração dos muçulmanos holandeses se os curricula escolares, nomeadamente os científicos que incluem o evolucionismo, não fossem vistos como contradizendo o Corão. Mas na realidade o debate ciência versus religião não é sequer considerado pelos religiosos islâmicos, que não encaram o evolucionismo como a ameaça à religião que constitui para os fundamentalistas cristãos. Ou seja, não é o ensino do evolucionismo que impede a integração dos muçulmanos na Holanda. O ensino do evolucionismo só é considerado um «proselitismo» ateu pelos cristãos não pelos islâmicos, mesmo os mais fundamentalistas!