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Histórias…

Carlos M. tinha sido um imigrante na Venezuela. Formou família no além-mar e encontrou uma nova fé.

Voltou para Portugal porque o seu sonho de oportunidade se tinha demonstrado difícil de realizar.

Um acidente de viação deixou-o em coma durante meses. A sua família que dele dependia,

passou por dificuldades. Voltaram para Portugal, à procura de segurança e refúgio.

Fixaram-se numa zona próxima de Aveiro, terra de origem dos pais de Carlos e com as parcas poupanças

que tinham, construíram uma casa. Encontraram uma congregação onde manter a sua fé, a Igreja dos Irmãos,

protestantes sem denominação e começaram a reconstruir a sua vida.

Carlos M. tinha encontrado conforto e sentido de vida na “palavra de deus” e sentia que devia seguir o

mandamento de cristo “E disse-lhes: Ide por todo o mundo, e pregai o evangelho a toda criatura.” – Marcos 16:15

e testemunhar a sua fé. Assim começou a dar testemunho aos seus vizinhos e a todos os estranhos que ajudava.

Chamou más atenções… O padre da paróquia falou num sermão: “desses protestantes, filhos do diabo…”.

Carros começaram a passar a alta velocidade pela sua casa, apitando a altas horas da noite. Pedras eram atiradas

contra as janelas da sua casa. Uma das suas filhas, a caminho de casa da escola foi acercada por estranhos de carro.

Refugiou-se numa mercearia.

Um dia, os seus dois cães, que tinham encontrado abandonados, doentes e morrendo de fome na rua, foram mortos.
Empalados vivos com paus, do recto á boca. Espetados no jardim da sua casa.

Um aviso…

Hoje, Carlos M. e a sua família vivem no medo. As janelas da sua casa estão permanentemente fechadas.

Carlos acompanha as suas filhas e a sua mulher ao emprego e à escola de carro.

Continua a dar testemunho, mas não no lugar onde vive. Viaja os fins de semana visitando e dando testemunho

nas igrejas dos irmãos de outras terras. Na sua terra, os olhos e ouvidos estão fechados com medo do que possam ouvir.

Desabafou com um jovem anarquista ateu e ex-protestante, depois de discutir a fé e de dar o seu testemunho.

Dos políticos de Lisboa não espera nada. Da direita corrupta e servidora lhe dirão que “não deve confundir uma árvore com a floresta”, na esquerda tecnocrata ou pseudo-revolucionária não confia. Os pastores, anciões e elites das igrejas irmãs abanam a cabeça, mas calam-se.

O estado das coisas deve continuar, na sua católica tolerância.

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A história que leram foi baseada em várias experiências reais. Os lugares, bem como o nome das pessoas envolvidas foram alterados para protegê-las.

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