Loading

Sudarium Capitis

Imagem: Internet
Nota: “Sudarium Capitis”: Manto muçulmano com 2,81 m comprimento e 1,13 de largura.

Desde o século XII, em Cadouin, França, os cristãos veneraram, efetuaram peregrinações, atribuíram milagres e ressurreições a uma peça de tecido (“sudarium capitis”) que supostamente teria envolvido a cabeça de Cristo e tinha sido preparado pela própria “Virgem Maria”.

Inesperadamente, em 1935 o bispo de Périgueux suprimiu todas as cerimónias porque foi descoberto por um professor da Escola de Línguas Orientais, de Paris, que o mesmo continha a inscrição…
“Em nome de Deus clemente e misterioso (De Deus não há senão Allah) seu associado. Mahomet é o enviado de Allah…” -que teria pertencido a Moustali, que foi califa do Egipto entre 1094 e 1101. O pano foi tecido nessa época.

Até à Revolução, o sudário foi considerado uma das mais importantes relíquias de França, ao ponto de no século XVIII o Padre Frison lhe chamar “o mais antigo e firme monumento da Religião” (Católica).
“Fiéis em multidão vieram orar diante deste precioso motivo de paixão” …
A “Igreja encorajou as peregrinações e numerosos Papas atribuíram graças e indulgências aos peregrinos” …
“As peregrinações continuaram cada vez mais numerosas, acompanhadas de milagres retumbantes e prodigiosos (ressurreições)…”

Por mais de 700 anos os fiéis católicos veneraram um manto que continha inscrições que glorificaram Allah e Mahomet e catorze papas declararam solenemente que o Sudário de Cadouin era autêntico.
O bispo Debert afirmou que, “duvidar da sua autenticidade, equivalia a nunca mais podermos dar crédito a testemunhos humanos”.

Para além deste longo e humilhante período de tempo de “paixão religiosa” que a Igreja Católica devotou a um véu islâmico, é de salientar a forma brusca como foi interrompida após ter sido desmascarada… e sobretudo como tem sido silenciada para não cair na chacota popular ou objeto de ridicularização perante a opinião pública.

Se a “autenticidade dos milagres tem no sudário de Cadouin o seu mais genuíno padrão” e o tomarmos como um exemplo histórico que teve início no século XII e foi venerado por multidões de peregrinos até 1935, então o que dizer, do fenómeno (“milagre de Fátima”) que teve início em 1917 e pouco mais que um século de vida tem, mas atinge hoje uma das suas fazes mais apoteóticas e de maior fulgor económico?


Fonte: Fátima Desmascarada, Cap. XI., João Ilharco

AGORA ATEU (II), 2023-02-02

Perfil de Autor

Website | + posts

Evolui e optei pelo ateísmo!
Evolui e optei por não ter nem pertencer a nenhum partido ou crença religiosa.
Evolui e optei por não ser nem pertencer a nada nem a ninguém.
Evolui e optei por viver plenamente sem muletas, barreiras ou fronteiras.
Evolui e optei por viver e “promover os valores da liberdade, do humanismo, da tolerância, da solidariedade e da paz” (APP).
Evolui e optei por respeitar a vida e confiar na ciência por forma a criar modelos mais racionais de sociedade que permitam à humanidade um futuro sustentável e sobretudo mais equilibrado.
O ateísmo não se impõe…
Mais do que uma opção, o ateísmo é uma forma de estar e lidar com a realidade e cultivar a racionalidade.
O ateísmo não implica inteligência, mas a inteligência pode levar qualquer mente minimamente ciente ao ateísmo… e sinceramente, não acredito que uma mente realmente inteligente acredite no sobrenatural.