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Não gosto que me decapitem

A decapitação do professor de História que exibiu na aula as caricaturas de um beduíno amoral, que criou uma religião de fanáticos através do plágio grosseiro do judaísmo e cristianismo, conduziu à sua decapitação por um fascista islâmico.

Quando um manual terrorista conduz à violência assassina, tal como o Mein Kampf, na política, é a civilização que fica em perigo e a liberdade de expressão coartada.

A morte do professor Samuel Paty, em França, é a metáfora do Islão dito radical, como se houvesse outro, como se os versículos não fossem os do Antigo Testamento, os que os patriarcas tribais da Idade do Bronze, atribuíram ao suspeito que inventaram – Deus.

Os europeus esqueceram as sangrentas guerras religiosas, o caminho percorrido com a Reforma, Renascimento, Iluminismo e Revolução Francesa, a Guerra dos Trinta Anos e a paz de Vestefália, e os mortos que a precederam, e os que ainda houve depois.

Foi a repressão política sobre o clero que permitiu a laicidade, um valor que se sobrepõe às legítimas crenças, que não conduzam à violência, caso em que a defesa da civilização deve combatê-las. A cruzada contra os Albigenses, a teocracia calvinista de Basileia, ou, mais recentes, a Cruzada de Franco contra a República e o terrorismo do IRA, deviam estar na memória como vacina da patologia beata contra a paz e a liberdade.

Na Europa, há recorrentes manifestações de vingança de uma civilização decadente que pretende impor pela força a religião identitária que a preservou na Idade Média.

As religiões têm de aceitar o direito às crenças, descrenças e anti crenças alheias, todos somo ateus em relação à religião dos outros. Exigir o respeito pela laicidade e liberdade de expressão é proteger os princípios cívicos e democráticos da nossa civilização, que fez da Europa a vanguarda da defesa dos Direitos Humanos.

Há 150 anos, ainda Pio IX excomungava o panteísmo, o naturalismo, o racionalismo, o indiferentismo, o socialismo, o comunismo, a maçonaria, o judaísmo, as outras igrejas cristãs, enfim, o livre-pensamento e todos os livres-pensadores. Era um talibã romano, a cabeça tortuosa que produziu a encíclica Quanta Cura, com o famoso Syllabus errorum.

A Europa foi capaz de amansar a violência papal, e não será capaz de impor o código de conduta democrática a todas as ideologias, políticas, religiosas ou outras?

Os muçulmanos podem dilatar as rezas, jejuns e genuflexões, virados para Meca, e odiar o toucinho, não podem estimular o terrorismo ou a lapidação, a pedofilia, a poligamia, a excisão do clitóris, a decapitação dos infiéis e as malfeitorias de que são capazes em nome do Deus que outros inventaram e eles tornaram mais sádico.

Não gosto que me decapitem.

Solidário com Samuel Paty, mártir da liberdade, publico caricaturas de um jornal que os beatos não toleram.

Perfil de Autor

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- Ex-Presidente da Direcção da Associação Ateísta Portuguesa

- Sócio fundador da Associação República e laicidade;

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- Vice-Presidente da Direcção da Delegação Centro da A25A;

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- Colaborador do Jornal do Fundão;

- Colunista do mensário de Almeida «Praça Alta»

- Colunista do semanário «O Despertar» - Coimbra:

- Autor do livro «Pedras Soltas» e de diversos textos em jornais, revistas, brochuras e catálogos;

- Sócio N.º 1177 da Associação Portuguesa de Escritores

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