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O Islão e a liberdade religiosa

Ao contrário do que as religiões desejariam, a liberdade religiosa é o direito às crenças, descrenças e anti-crenças, e a única obrigação do Estado democrático, necessariamente laico, é garantir esse direito a todos os cidadãos.

A Igreja católica, a mais popular em Portugal, só aceitou a liberdade religiosa, durante o Concílio Vaticano II, 1960 anos depois de ter sido criada.

Cem anos antes, ainda Pio IX excomungava o panteísmo, o naturalismo, o racionalismo, o indiferentismo, o socialismo, o comunismo, a maçonaria, o judaísmo, as outras igrejas cristãs, enfim, o livre-pensamento e todos os livres-pensadores.

Ler a encíclica Quanta Cura, acompanhada pelo famoso Syllabus errorum, é conhecer o pensamento de um talibã romano. Não foi por acaso que João Paulo II beatificou o autor.

As Igrejas tendem a tornar-se partidos políticos totalitários e se a Igreja católica acabou liberta, provavelmente obrigada, está hoje, com um papa humanista, em desvantagem perante as outras Igrejas.

O Partido Republicano dos EUA é hoje uma perigosa seita evangélica capaz de impedir a docência a um professor que ensine o evolucionismo em detrimento do cristianismo. O termo ‘fundamentalismo’ foi cunhado no início do século XX, para designar o protestantismo evangélico americano.

Todavia, o mais implacável dos monoteísmos, é o Islão, um partido político de vocação fascista, à escala global, a seduzir jovens que a violência e o fanatismo atraem.

Já foram identificados portugueses que se radicalizaram no jihadismo islâmico em Portugal. Não surpreende quem conhece o manual terrorista que o Arcanjo Gabriel ditou a Maomé e a devoção com que é recitado.

O que surpreende é a liberdade dos formadores e dos formandos em cursos com ou sem subsídios da UE. Portugal não pode consentir escolas de terrorismo, sob a capa de uma ‘religião revelada’, nem permitir o proselitismo agressivo de mesquitas e madraças.

Um padre católico que faça propaganda eleitoral através do púlpito pode ir preso, apesar da cobardia dos governos em atuar. E, depois de revelado que há formação jihadista em Portugal, não se entregam à justiça os incitadores do ódio e fabricantes de monstros?

Há uma guerra religiosa em curso na Europa e a laicidade permanece descurada. Parece que a vocação suicida nos conduz para o abismo, sem respeito pela civilização herdada do Iluminismo e da Revolução Francesa. Ou estamos à espera de que as Igrejas cristãs se radicalizem de novo para fazerem frente à ameaça e voltarem ao combate dos infiéis?

Os muçulmanos podem duplicar as rezas, aumentar jejuns e recitar mais versículos, mas acabem com a lapidação, a pedofilia, a poligamia, a excisão do clitóris, a decapitação de infiéis, o terrorismo e todas as malfeitorias de que são capazes em nome do Deus que outros inventaram e eles tornaram mais sádico.

Exigir respeito pelos princípios cívicos e democráticos da civilização europeia não é um ataque a uma religião, é a defesa do direito à prática ou não prática de todas e de cada uma.

Perfil de Autor

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- Ex-Presidente da Direcção da Associação Ateísta Portuguesa

- Sócio fundador da Associação República e laicidade;

- Sócio da Associação 25 de Abril

- Vice-Presidente da Direcção da Delegação Centro da A25A;

- Sócio dos Bombeiros Voluntários de Almeida

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- Colaborador do Jornal do Fundão;

- Colunista do mensário de Almeida «Praça Alta»

- Colunista do semanário «O Despertar» - Coimbra:

- Autor do livro «Pedras Soltas» e de diversos textos em jornais, revistas, brochuras e catálogos;

- Sócio N.º 1177 da Associação Portuguesa de Escritores

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