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  • 11 de Janeiro, 2019
  • Por Carlos Esperança
  • Ateísmo

Artigos dos leitores

Por

Diogo Fonseca

A ignorância é um conhecimento persistente

Como estudante de História e amante da mesma tenho a possibilidade de estudar e investigar o percurso da Humanidade. Um facto que constato (que na minha opinião é muito interessante) é que, cada vez que estudo e investigo, encontro mais provas da inexistência de Deus, e uma das conclusões que retiro é que o Homem não descobre algo novo de um momento para o outro, não existe uma ideia original que mova “escolhidos”, não! O que existe são várias influências culturais que são adotadas e manietadas por um determinado povo, para fazer de si ideias messiânicas. Mas como na investigação histórica, não existe história sem factos, vamos analisar alguns exemplos que vão clarificar a minha argumentação.

1-  Génesis, o conhecido “Jardim do Éden”, ou seja, o paraíso terreno onde Adão e Eva foram criados – Este mito do paraíso é na verdade uma influência da Suméria e da cultura da Mesopotâmia (uma cultura que vou com frequência exemplificar), pois o “Dilmun” – o paraíso sumério, era um fértil oásis entre as montanhas. Este mito do paraíso é retomado muito mais tarde pelos hebreus, pondo em evidência no Génesis.

2- A segunda influência adotada foi na conhecida “Epopeia de Gilgamesh”. Este antigo poema épico da Mesopotâmia, é uma das primeiras obras conhecidas da literatura mundial. Neste épico encontra-se a mais antiga história do dilúvio, onde mais tarde os hebreus vão escrever no Génesis o aniquilamento da humanidade, onde o responsável pelo “salvamento” da humanidade é identificado por Noé, mas na tradição mesopotâmica é Utnapishtim.

3- Avançando para o Egito, também encontramos aculturações por parte dos hebreus. O Faraó, Amenófis IV ou mais tarde Akhenaton, o seu filho é o célebre Tutankhamon, mas este faraó não é muito conhecido, pois os antigos egípcios tentaram a todo custo apagá-lo da história. Este faraó teve a ideia que as religiões abraâmicas adotaram – o Monoteísmo. Ele queria acabar com todas as divindades, e manter só uma – o deus Aton. Como é evidente esta ideia não teve o resultado desejado porque, depois da sua morte, o seu filho Tutankhamon, voltou a adotar todas as divindades. Não podia romper com a tradição muito antiga da grande diversidade de deuses egípcios, mas esta mudança de paradigma de Amenófis IV ou Akhenaton pode ser vista como a criação do Monoteísmo que irá ser adotada pelo povo hebreu. Para fechar esta parte do Egito refiro que a deusa Isis é a primeira representação da virgem Maria, pois esta deusa egípcia também gerou um filho sem o relacionamento com um homem.

4- No último exemplo vou referir as célebres “Tábuas da lei” de Moisés, mais conhecido como os 10 mandamentos; a sua fonte primária é o 1º código de leis da humanidade – o código de Hammurabi. Hammurabi foi rei da Babilónia e compilou em 1675 a.C. este extenso código de leis. Nos 10 mandamentos que Deus entregou a Moisés no monte Sinai, podemos ver onde Deus foi buscar a sua fonte de inspiração.

Em suma, as influências que o povo hebreu recebeu dos egípcios e da Mesopotâmia foram depois criadas para legitimar a sua crença. Assim constatamos que a religião é uma construção humana e cultural e que a fé é uma maquinação elabora ao longo da história.

Perfil de Autor

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- Colunista do semanário «O Despertar» - Coimbra:

- Autor do livro «Pedras Soltas» e de diversos textos em jornais, revistas, brochuras e catálogos;

- Sócio N.º 1177 da Associação Portuguesa de Escritores

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