Loading

Mês: Junho 2018

28 de Junho, 2018 Carlos Esperança

Da sacristia de S. Bento – Onde mora a laicidade?

mailto:[email protected]

Importância: Alta

INFORMAÇÃO DE AGENDA

28 e 29 de junho, 2018

AGENDA MINISTRA DA JUSTIÇA

A Ministra da Justiça estará presente no quinto consistório, em representação do Governo português, na confirmação de 14 novos cardeais, entre os quais, D. António Marto, bispo de Leiria-Fátima.

LocalBasílica de São Pedro, em Roma

Melhores cumprimentos,

27 de Junho, 2018 Vítor Julião

O incrível doutor Bronha

 
Imagine que você é admitido para trabalhar numa grande empresa multinacional. Uma das primeiras coisas que lhe dizem é que a empresa foi fundada e é dirigida pelo Dr. Bronha. Aprende que o Dr. Bronha é uma pessoa fenomenal, um grande empresário, arguto homem de negócios, severo, mas generoso, e que está no controle de cada aspecto da operação e da gestão da empresa.
 
No seu primeiro dia de trabalho você espera encontrar fotos do Dr. Bronha por toda a empresa, bem como alguma publicação com informações mais detalhadas sobre tão importante pessoa.
 
Mas aí lhe informam que ninguém de fato tem uma foto do Dr. Bronha. Há apenas pinturas e desenhos com a concepção de vários funcionários, alguns já falecidos há tempos, de como é o Dr. Bronha. Também não há informações precisas sobre onde o Dr. Bronha nasceu e quando exatamente. Também pouco se sabe sobre o que fez nos 30 e tantos anos anteriores a fundar a companhia.
 
Também descobre que as ordens do Dr. Bronha nunca vieram dele mesmo e sim de alguns dos muitos funcionários graduados de vários departamentos burocráticos. Além disso, descobre que ninguém com quem você fala, seja funcionário antigo ou do alto escalão, jamais falou diretamente com o Dr. Bronha.
 
Depois você percebe que os funcionários do departamento de pessoal descrevem o Dr. Bronha como sendo um homem alto, magro e de olhos castanhos. Já os do departamento de contabilidade o descrevem como baixo, ligeiramente obeso e de olhos azuis. Os do marketing dizem que ele é um homem criativo e aberto a novas ideias e os da controladoria que é muito religioso e conservador.
 
Mais incrível ainda é que há um estranho grupo de funcionários do almoxarifado, descontentes com seus salários, que afirmam ter ouvido de alguém da diretoria que o Dr. Bronha na verdade nunca existiu e é só uma invenção coletiva dos diretores para melhor controlar o restante dos funcionários.
 
Seus colegas logo o avisam de que esse grupo é um tanto estranho mesmo e que há evidências concretas de que o Dr. Bronha não só existe como está no controle de tudo, apesar de ninguém de fato nunca ter visto e nem conversado com ele.
 
Até lhe informam que o departamento de patrimônio diz ter uma cadeira usada por ele por muitos anos, embora, é verdade, alguns digam que a cadeira na verdade foi de um antigo contador, agora aposentado. Uma velha senhora da faxina tem um cinzeiro que ela afirma que pertenceu ao Dr. Bronha, embora o departamento de medicina do trabalho seja enfático em dizer que o Dr. Bronha não fuma.
 
Um dia você vê um alvoroço tremendo com gritos e correria.
 
Dizem que o Dr. Bronha acaba de chegar com seu helicóptero particular para uma reunião. Depois de alguns minutos de confusão, nada de muito importante acontece e os funcionários graduados informam que o Dr. Bronha estava com muita pressa e saiu logo depois da reunião sem falar com ninguém.
 
Durante meses circulam estórias de alguém que chegou perto do Dr. Bronha e até o cumprimentou, mas logo outros desmentem que esse era só o seu secretário ou o piloto do helicóptero. O Dr. Bronha mesmo ninguém viu.
 
Os meses se passam, seu emprego é bom, seu salário não é dos piores e todos gostam do Dr. Bronha. Então por que devem estar errados, não é mesmo? Ele deve ser um sujeito legal afinal de contas…
 
 
27 de Junho, 2018 Vítor Julião

Ateísmo

27 de Junho, 2018 Carlos Esperança

Estética

Vida religiosa

O Papa criou um cardeal para o terço de Joana de Vasconcelos.

27 de Junho, 2018 Carlos Esperança

Culturas

Tão próximas na areia que as juntou e tão distantes na liberdade que as separa.

27 de Junho, 2018 Carlos Esperança

São josemaria – Falecido em 26 de junho de 1975

Há 43 anos faleceu monsenhor Josemaria Escrivá, indefetível apoiante do genocida Francisco Franco e fundador do Opus Dei, apoiante dos negócios políticos de João Paulo II, que levaram à falência fraudulenta do banco Ambrosiano e à criação de centenas de santos em Espanha, todos mártires do mesmo lado da guerra civil.

Teve uma vida ao serviço de Deus e do fascismo, acompanhou as tropas sediciosas a Madrid, e os seus devotos, a quem indicou o caminho, levaram à falência os impérios Matesa e Rumasa, para maior glória da prelatura e benefício dos desígnios do Monsenhor.

Mal refeito da defunção, fez três milagres, mais um do que era necessário para a santidade. O primeiro foi no ramo da oncologia, a uma freira, prima de um ministro de Franco, que morreu curada. Está nos altares e deixou um exército de prosélitos, apto a enfrentar o Islamismo e a subsidiar o Vaticano, onde, depois de dois pontífices amigos, o Espírito Santo iluminou mal os cardeais do consistório e lhes negou o terceiro.

Fundador de uma das mais reacionárias seitas católicas, usava o cilício como prova de amor ao deus que defendeu o generalíssimo, a monarquia, o catolicismo e o garrote, em Espanha.

O 25 de Abril, em Portugal, abalou-o na fé e na saúde. As eleições livres de 1975 só o deixaram viver mais dois meses. Também Franco, ditador até ao último sacramento, morreria menos de 5 meses depois do ora santo, bem confessado, melhor comungado e excelentemente ungido e cerimoniado, com o povo de rastos e a cumprir de joelhos as suas últimas vontades, quanto ao regime de Espanha e ao destino do cadáver.

Se Deus existisse, teria muitas contas a prestar.

26 de Junho, 2018 Carlos Esperança

Gazeta Ateísta

Religião em aforismos 

O substantivo “aforismo” designa um preceito moral, sentença ou máxima, popularmente designada por rifão ou adágio. 

Os aforismos são frases sábias que desconcertam pela sua assertividade. As religiões assumem-se protectoras de valores morais… e muitas vezes praticam imoralidades. 

A propósito desta realidade, o físico Steven Weinberg, disse: “Com ou sem religião, sempre haverá gente boa fazendo coisas boas e gente má fazendo coisas más. Mas, para que gente boa faça coisas más faz falta a religião”. 

Eis alguns aforismos e ditos de pessoas célebres, sobre religião.

– Desde a origem da Humanidade surgiram tantas religiões como idiomas, umas 100.000, todas elas únicas e verdadeiras.

– A física quântica não é uma religião porque se baseia em leis fundamentais da Natureza, não pretende regular o comportamento humano.

– A religião é um placebo existencial. Funciona como aspirina da alma.

– Uma crença religiosa sempre se deixa confirmar por uma realidade, mas nunca se deixa desmentir por uma realidade.

– Toda a teologia contém uma contradição intrínseca: o estudo racional do irracional.

– A literalidade é a interpretação mais inquietante de todas as interpretações bíblicas.

– A religião é uma colecção insustentável de absurdos.

– Em religião existe o mistério e ninguém espera que deixe de sê-lo. Em ciência também existe o mistério, mas todos esperam resolvê-lo.

– A liberdade religiosa nasceu, cresceu e triunfou longe da religião.

– Deus é o único ser que, para reinar, nem precisa de existir (Boudelair).

– os homens da Igreja não pensam. Continuam a dizer aos 81 anos o mesmo que diziam aos 18 (Óscar Wild).

– Crer em milagres é crer que Deus, para fazer-se crível, manipula as leis que ele mesmo criou (Baruch Espinoza).

– Se por um deus se entender um conjunto de leis da física que regem o Universo, então esse deus existe… mas é emocionalmente insatisfatório… não faz sentido rezar à lei da gravidade (Carl Sagan).

– Sou contra a religião porque ela nos ensina a contentarmo-nos com a nossa incompreensão do mundo (Richard Dawkins).

– A ideia de Deus é um conceito antropológico que eu não consigo levar a sério (Albert Einsten).

– Se as pessoas são boas por temerem punição ou esperarem recompensa divina, então somos uma espécie lamentável (Albert Einsten).

(O autor não obedece ao último Acordo Ortográfico) 

Onofre Varela in Gazeta de Paços de Ferreira