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Mês: Maio 2018

21 de Maio, 2018 Carlos Esperança

Liberdade islâmica

Egipto

Jovem expulso de programa de televisão e considerado doente mental por duvidar da existência de Deus.

D1A – Não consigo reproduzir o vídeo. Espero que a referência permita aos leitores encontrar forma de o verem.
21 de Maio, 2018 Carlos Esperança

A solidão e a fé

A solidão é o cimento que cola o abandonado à fé, torna o proscrito crente, faz beata a pessoa e transforma cidadãos em trapos.

A religião é o colchão que serve de cama ao desamparado, o mito que penetra os poros do desespero, o embuste a que se agarra o náufrago. É o vácuo a preencher o vazio, o nada que se acrescenta ao zero.

O clérigo está para a família como o álcool para o corpo. Primeiro estranha-se, depois entranha-se e finalmente domina.

A religião é o cancro que cresce com as pessoas e morre com elas. Cria metástases e atinge órgãos vitais. Mas é dos joelhos que se serve, esfolando-os, da coluna vertebral, dobrando-a, e do cérebro, atrofiando-o.

A religião busca o sofrimento e condena o prazer. Preza o mito e esquece a realidade.

Um crente faz o bem por interesse e o mal por obrigação. É generoso para agradar a Deus e perverso para o acalmar. Dá esmola para contentar o divino e abate um inimigo para ganhar o Paraíso.

A religião vive da tradição e medo da morte. Começa por uma doença infectocontagiosa que se contrai na infância, transmitida pelos pais, através do batismo e continua com o lactente a ser levado ao primeiro rito mais depressa do que às vacinas.

Depois, o medo, o medo da discriminação na escola, no emprego, na sociedade, leva a criança à catequese, à confirmação, à eucaristia e à penitência. De sacramento em sacramento, missa após missa, hóstia a hóstia, orações à mistura, e o medo do Inferno, a religião transforma o cidadão em marionete manejada pelo clero.

Na cúpula, há o Vaticano, um antro de perversão a viver à custa dos boatos sobre o filho de um carpinteiro de Nazaré e de milagres obrados por defuntos de virtude duvidosa, à custa de pesados emolumentos, para concorrerem à santidade.

O seu negócio é a exploração da morte em esqueletos ressequidos pelo tempo, caveiras, maxilares, tíbias, ossos diversos, pedaços de pele, órgãos avulsos e extremidades de membros, numa orgia de horror e delírio.

É assim que a tradição, o medo e a morte continuam a encher os cofres do último Estado totalitário da Europa, que governa pelo medo e se eterniza pela chantagem.

No Islão é ainda pior.

20 de Maio, 2018 Carlos Esperança

A Senhora do Monte – Crónica pia

Nas aldeias da Beira Alta era hábito rezar, pelas intenções plenárias de cada mês, nas primeiras sextas-feiras de nove meses consecutivos, ir ao confesso e à eucaristia e, assim, alcançar as indulgências exigidas para a salvação da alma. Podia parecer injusto pôr garotos a rezar por pecados dos adultos, mas já se sabia que outros garotos o fariam quando adultos se tornassem esses para apreciar os pecados. Ficavam as rezas para as mulheres, que sempre as fariam, para os que ainda não sabiam pecar e para os que, sabendo, já não podiam. Era assim, há meio século, e disso se não livrou a criança que fui. Além das devoções locais outras havia que se cumpriam em paróquias próximas, que os transportes não permitiam lonjuras, com dia certo e local aprazado. A Senhora do Monte era um desses destinos.

Guardo da infância o gosto por romarias. Os santos domiciliavam-se no alto dos montes para ficarem a meio caminho entre os devotos que lhes pediam e o céu que os atendia. Eram mensageiros dedicados, imóveis numa peanha, ouvindo queixas, aceitando petições, a aliviarem o sofrimento. Raramente eram solicitados além das suas posses e, se soía, resignavam-se os mendicantes. Quanto mais perto do céu, maior respeito infundiam, mais petições recebiam, maiores expectativas geravam. Eu ficava a imaginar do que seriam capazes os que habitavam no cimo de montanhas muito altas, que sabia haver, sem cuidar das dificuldades de acesso dos requerentes.

Durante o ano, os santos concediam graças que eram agradecidas em agosto com foguetes, missa e uma romaria profana que irritava os padres e alegrava os santos. Mas, de tanto pedirem, foi-se Deus cansando de os ouvir, primeiro, desinteressaram-se os crentes de implorar, depois, ou, talvez, a sangria da emigração converteu em deserto o terreno fértil da fé. É com saudade que recordo as ermidas abandonadas que outrora atraíam à sua volta feiras e procissões em confronto dialéctico do sagrado com o profano numa síntese admirável de que só o mundo rural era capaz.

A Senhora do Monte pertencia à paróquia da Cerdeira. Às vezes os santos tomavam as dores dos paroquianos e geravam a desconfiança dos vizinhos, mas não era o caso, por ser de concelho diferente e não haver rivalidades entre as paróquias.

Saíamos da Miuzela do Côa, manhã cedo, descíamos a aldeia, passávamos pela capelinha de S. Sebastião, deixando à direita, encostada ao cemitério, a vinha do passal que, no tempo da República, Paulo Afonso comprou à autoridade administrativa, valendo-lhe a excomunhão eclesiástica, vingança do pároco que reclamava a vinha e o regresso da monarquia. Viveu o réprobo em paz, sem que o anátema o apoquentasse, até ao dia em que teve de pedir a desexcomunhão, para que o filho pudesse franquear o seminário, custando-lhe a canónica amnistia outra vez o valor da vinha.

À beira do caminho havia agricultores, inquietos com a romaria, a guardar os melões, que a rapaziada cobiçava, e, ao longe, entre giestas, lobrigavam-se cachopas, deambulando à espera do encontro apalavrado, talvez mesmo alguma coitanaxa aflita por tornar-se dona.

Íamos pela fresca e regressávamos tarde, de estômago menos vazio, com fritos e vinho a justificarem a jornada, esquecida a devoção, a tropeçar nas pedras em noites de lua nova. Atrás de nós via-se um clarão, vindo da Guarda, à distância de seis léguas, no alto do monte onde chegara a luz eléctrica, com a ermida de onde voltávamos perdida na escuridão da noite.

A Senhora do Monte há muito que não fazia um milagre de jeito mas tinha festa rija e um passado de respeito. Um dia o fogo subiu o monte impelido pelo vento e envolveu a capela, com gente aflita a orar. Abriram as portas e redobraram as orações, que em tempo de aflição se reza mais depressa para compensar a desatenção e acompanhar a ansiedade. Deixaram que a virgem visse o fogo e este a virgem. Foi então que as chamas baixaram e logo o fogo se deteve, enquanto, maravilha das maravilhas, prodígio nunca visto, começou o fogo a recuar e, à medida que a terra desardia, tornaram as plantas que a cobriam.

A Santa, por ter-se cansado ou perdido o jeito, renunciou aos milagres, mas os crentes não desistiram de a ver regressar ao ramo e fazer jus à glória antiga. Ainda assim, era muito solicitada por raparigas solteiras que lhe imploravam para as livrar da prenhez que em horas do demo pudessem ter contraído. Foi como contraceptivo de eficácia duvidosa que conheci a Senhora do Monte nos tempos em que calcorreei os caminhos que lá me levaram.

Publicada no Suplemento de aniversário do JF, 28-01-2005

In Pedras Soltas – ed. 2006 (esgotada)

18 de Maio, 2018 Carlos Esperança

Não me venham com esses argumentos…

Estou farto de que me rebatam com as agressões imperialistas a países islâmicos, com o saque de que são vítimas, as malfeitorias dos EUA e de Israel, a cumplicidade europeia e muito mais, para tolerar uma ideologia totalitária e criminosa – o Islão político.

Tenho denunciado esses crimes, mas não os aceito como argumentos para um cómodo silêncio sobre o mais implacável dos monoteísmos e a sua demencial fúria prosélita.

Aliás, gosto da Constituição dos EUA e em Israel aprecio a igualdade de género que não existe em nenhuma outra teocracia, seja o Vaticano, a teocracia monástica ortodoxa do Monte Athos e as islâmicas e não preciso de censurar tais países para denunciar o perigo muçulmano.

Exijo a todas os devotos o respeito pela laicidade. Sei da História o suficiente para ter o dever de combater a influência das religiões nos aparelhos de Estado, num regresso em que o oportunismo dos políticos europeus trai a laicidade e compromete a democracia.

Há um maniqueísmo intolerável que leva pessoas de esquerda a conformarem-se com a deriva totalitária do Islão, leviandade e masoquismo de quem vê amigos nos inimigos dos seus inimigos e cala atrocidades contra inocentes, os tiques patriarcais, a violência tribal e a eterna humilhação da mulher.

O dever que a Europa tem de receber refugiados é incompatível com a condescendência no desprezo pelo seu ethos civilizacional. Os direitos humanos, a igualdade de género e a liberdade de expressão não podem ficar à mercê de idiossincrasias religiosas.

A Europa, depois de derramado demasiado sangue, conquistou o direito às crenças, não-crenças e anti-crenças, através da repressão ao clero. Não pode agora consentir crimes, chantagem ou violência de qualquer religião, sob pena de permitir retaliações de outras, autóctones, numa espiral de violência que foi apanágio de épocas passadas.

Proteger os crentes não é aceitar as crenças. O Islão político e os dignitários devem estar sob vigilância, para não sermos imolados, e, em vez de combatermos as crenças, sermos obrigados a enfrentar os crentes.

O ressurgimento de um catolicismo agressivo, ligado a partidos fascizantes, já anda aí a governar na Europa, em vários países, talvez vingando a indiferença com que deixamos bramir ulemás, xeques, mulás e outros marginais, contra os infiéis, na conceção desses trogloditas, homens e mulheres cosmopolitas e livres-pensadores. Nós.

17 de Maio, 2018 Carlos Esperança

Humor – Um texto que circula pela NET

O INFERNO CIENTIFICAMENTE EXPLICADO

O Inferno, explicado por um estudante de Engenharia

O que se segue é (alegadamente) uma pergunta que saiu num exame de um curso de Engenharia numa universidade americana. A resposta de certo estudante foi tão criativa que o professor a partilhou por e-mail com vários colegas.

— Pergunta: O Inferno é exotérmico (liberta calor) ou endotérmico (absorve calor)?

A maioria dos alunos respondeu baseando as suas opiniões na lei de Boyle (o gás arrefece quando se expande e aquece quando é comprimido), ou nalguma variante disso. Houve um aluno que, no entanto, deu a resposta que se segue.

“Primeiro, precisamos de saber como a massa do Inferno está a variar com o tempo. Portanto, precisamos de saber a taxa a que as almas se estão a mover para o Inferno e a taxa a que o estão a deixar. Acho que podemos assumir seguramente que uma vez que uma alma entra no Inferno ela nunca mais de lá sai. Portanto, não há almas a sair. Para verificarmos qual a quantidade de almas que entram no Inferno, vamos olhar para as diferentes religiões que existem no mundo actual. A maioria dessas religiões afirma que quem não é membro dessa religião vai para o Inferno. Como há mais do que uma dessas religiões, e como as pessoas não pertencem a mais do que uma religião, podemos prever que todas as almas vão para o Inferno. Com as taxas de natalidade e mortalidade actuais, podemos esperar que o número de almas no Inferno aumente exponencialmente.

Agora, vamos olhar para a taxa de variação de volume do Inferno, porque a lei de Boyle afirma que, para que a temperatura e a pressão no Inferno se mantenham constantes, o volume do Inferno tem de se expandir proporcionalmente à medida que são adicionadas mais almas. Isto abre duas possibilidades:

1. Se o Inferno se expandir a uma taxa inferior à da taxa a que as almas entram, então a temperatura e a pressão no Inferno vão aumentar até ele explodir.

2. Se o Inferno se expandir a uma taxa superior à do aumento de almas no Inferno, então a temperatura e a pressão irão baixar até que o Inferno congele.

Então, qual das hipóteses é a correcta?

Se aceitarmos a afirmação da Mary no meu ano de caloiro de que “o Inferno vai congelar antes de eu ir para a cama contigo”, e tendo em conta o facto de que eu dormi com ela a noite passada, então a hipótese número 2 deve ser a verdadeira, e portanto tenho a certeza de que o Inferno é exotérmico e já congelou.

O corolário desta teoria é que, uma vez que o Inferno congelou, então já não aceita mais nenhuma alma e está, portanto, extinto, passando a existir apenas o Céu e provando assim a existência de um ser divino, o que explica porque é que ontem à noite a Mary gritava “Oh, meu Deus! Oh, meu Deus!”

Este estudante teve a única nota máxima!

16 de Maio, 2018 Carlos Esperança

Gazeta Ateísta

Por

ONOFRE VARELA

Fazer santos

Das várias actividades a que a Igreja se dedica, destacam-se estas três que me parecem principais: 

1) – Celebrações litúrgicas para prenderem os crentes ao culto carregando-lhes a bateria da fé; 

2) – Acções caritativas e gestão de instituições com subsídios estatais; 

3) – Produção de santinhos e santinhas, com o estatuto de deuses menores,para preencherem os altares das paredes dos templos, tendo por baixo caixinhas de ranhura para colecta, porque a Igreja, enquanto indústria do espiritual, obviamente não se governa sem o material

Vaticano tem um gabinete específico para a criação de santinhos, denominado “Congregação para a Causa dos Santos”, dirigido pelo cardeal Português José Saraiva Martins (Gagos de Jarmelo, Guarda, 1923. Presumo que ainda é vivo, mas não sei se estará no activo, pois os seus 95 anos poderão não lho permitir).

Há 30 anos a Enciclopédia Católica contava cerca de 5.000 santos. No pontificado de João Paulo II foram tantas as nomeações de candidatos aos altares que a lista quadruplicou, e hoje contempla perto de 20.000 nomes.

A abordagem desta tarefa medieval da Igreja fabricar santos no século XXI, só pode ser feita com humor para não afectar a qualidade de raciocínio de quem quer manter a sua sanidade mental!… 

Atribuir a qualidade de santo a um morto não é como medalhaum herói de guerra ou um bombeiro! A coisa fia mais fino, leva imenso tempo e precisa de um certificado de Deus!… Apenas o Santo António foi santificado no tempo recorde de 11 meses e meio, e a Santa Teresa conseguiu-em 28 anos, porque o Papa Pio XII estava muito necessitado de criar santinhos e fez dela a estrela do seu pontificado. Todos os outros cerca de 20.000 nomes levaram imenso tempo para serem santos. 

Os candidatos à santidade precisam de vencer três etapas. A saber:

1 – Veneração. É uma espécie de requisição de paróquia que aponta as qualidades do atleta para trepar a um altar.

2 – BeatificaçãoPrecisa de uma análise profunda para despistar reguilices e falcatruas, exigindo, pelo menos, um milagre comprovado por via das dúvidas.

3 – CanonizaçãoÉ a peneira mais fina que vai analisar a biografia do candidato, seguindo, passo a passo, todos os passos que o morto deu em vida na senda da santidade, e comprovar se Deus operou milagres através daquele intermediário. (Os parasitas intermediários estão em todo o lado!).

Ter o cadáver incorrupto ao fim do tempo regulamentar para levantar a ossada, já não vale como prova de aferição da santidade, porque se sabe que as características químicas do terreno, e a toma de medicamentos, pode preservar o corpo de qualquer patife. Então inventou-se este outro modo de fingir que se atribui seriedade ao acto de fazer santos, sempre de acordo com a vontade dos homens, mas apregoando ser pela vontade de Deus… que também foi inventado pelos homens!…

Onofre Varela

(O autor não obedece ao último Acordo Ortográfico)

15 de Maio, 2018 Carlos Esperança

Malditas religiões.

Desabafo

Enquanto em Jerusalém se semeia o ódio e se inviabiliza o futuro de dois Estados, com a solidariedade indigna de 4 países da União Europeia, sinto-me palestiniano.

Esta é a terceira vaga de uma escalada onde o capitalismo perdeu o rosto humano que a social-democracia lhe conferia e se prepara para o mundo unipolar que o pior presidente dos EUA impõe com a excitação de quem é indiferente ao dilúvio, que virá depois dele, e à devastação do Planeta que promove e a que é indiferente.

Primeiro apareceram Ronald Reagan, Margaret Thatcher e João Paulo II; depois vieram George W. Bush, Blair e Aznar; agora chegaram Donald Trump, Benjamin Netanyahu e vários satélites de extrema-direita.

O mundo está cada vez mais perigoso. E com mais desalmados dirigentes.

As profecias só se cumprem pela força das armas.

15 de Maio, 2018 Carlos Esperança

O regresso de jihadistas a Portugal

O diretor dos serviços secretos britânicos MI5, Andrew Parker, afirmou ontem que o grupo radical Estado Islâmico pretende provocar ataques ‘devastadores’ na Europa, um aviso mais a juntar ao rasto de sangue que o fascismo islâmico, regular e metodicamente tem levado a efeito.

É inquietante o anunciado regresso a Portugal de uma população que o Corão intoxicou e o horror da guerra há de ter refinado. Refiro os jihadistas, a quem se extinguiu o sonho do califado ou, apenas, o consideram adiado, regressados da Síria e do Iraque.

O regresso de mulheres e crianças, vítimas de um ambiente de proselitismo, terrorismo e oração, exige especiais cuidados, pelas ligações sentimentais e religiosas a trogloditas que a fé ensandeceu e a guerra empederniu, ressentidas com a falta de apoio do Profeta e a supremacia dos infiéis.

Sem medidas securitárias que impeçam a continuação da doutrinação e proselitismo, ao mesmo tempo que se promova a integração dos que não cometeram crimes e julgamento dos que assassinaram em nome de um deus idiota e sanguinolento, existem sérios riscos de transformar Portugal num campo de treino do fascismo sunita.

O regresso da Síria, extinto aí o Estado Islâmico, não traz pessoas cientes dos crimes, devolve fanáticos consternados com a derrota. Não são portugueses islamizados, são talibãs recambiados, extremistas cujo mundo é o Corão e a pátria muçulmana.

Quando a fé substitui os neurónios, a identidade é a crença e não o território, a fome do Divino e nunca a cultura ou a língua, e a família é a dos jejuns e abstinências e não a do sangue ou parentesco.

Para quem a religião é o único objetivo de vida, e a alegada vontade de um deus a fonte de todos os valores, a razão e o humanismo não contam, o Paraíso está sempre primeiro.

Esta mistura de fé, demência e ressentimento exige uma vigilância atenta, para preservar a segurança de um país de todos.