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Mês: Abril 2018

30 de Abril, 2018 Carlos Esperança

Tribunais, animais, anormais e outros mais

A herança da cultura judaico-cristã

A benevolência com que alguns juízes julgam as agressões a mulheres pode dar início a um novo paradigma jurisprudencial. Nem tudo está parado nas sociedades ou amolecido na consciência que as molda. De vez em quando, um sobressalto cívico torna contagioso o fervor da indignação. Ainda bem.

Espanha está em pé de guerra perante a complacência com que foram condenados cinco violadores de uma jovem de 20 anos, alcoolizada, enquanto os alarves a filmavam. Que raio de machos aqueles, que sentiam prazer na humilhação da mulher indefesa e vaidade na filmagem do crime! Que manada de filhos de uma nota de 5 euros!

Foi preciso que três juízes chamassem ‘abuso sexual’ à violação da «Manada», e que as mulheres reagissem contra as penas, eventualmente de acordo com o código penal, para porem em causa as leis e a jurisprudência, a sociedade machista e a tradição misógina, a violência ancestral e o sofrimento feminino milenar.

Em Portugal, há sentenças que não envergonham apenas os juízes que as proferiram e a sociedade conformada. Ficaram para a história do Portugal reacionário, que habita togas que escondem corpos sem cabeça, no país de agora.

As jovens violadas no Algarve, por se vestirem de forma provocante, seja isso o que for, numa zona de praia, em Albufeira, foram de algum modo incriminadas pela violação de que foram vítimas, na “coutada do macho ibérico”, o que reduziu largamente o crime.

O adultério, tão condenado pela santa Bíblia e por venerandos desembargadores, passou a atenuante de peso para a selvática e premeditada agressão a uma mulher.

Um taxista, perante uma jovem de 16 anos que, tendo fretado o táxi, a conduziu para um pinhal e aí a violou, viu a pena suspensa porque a vítima já tinha obrigação de perceber os riscos que corria ao entrar sozinha num táxi.

É verdade que Paulo de Tarso considerava obscenos o cabelo e a voz das mulheres, um bom motivo para lhes ser impedida a entrada nos templos, sem o véu que as cobrisse, e interdito o canto, para o que a Igreja preferia os “castrati”, jovens a quem castrava para preservar a voz e evitar as mulheres no canto lírico em louvor do Divino, mas isso era o pensamento de quem estava destinado à santidade e não à judicatura.

É verdade que os juízes são pessoas normais, mas os que apavoram são os anormais!

E, no Islão a demência machista atinge o apogeu.

29 de Abril, 2018 Carlos Esperança

O Exorcismo da Celeste (Crónica)

Em terras da Beira, depois da guerra, a gratidão para com a senhora de Fátima, pela afeição a Portugal, estendia-se ao senhor presidente do Conselho por nos ter livrado do conflito. No Cume sobrava piedade e faltava comida. Estavam no fim os anos quarenta e os portugueses longe de começarem a ser gente.

A Celeste morava ao cimo do povo, sozinha, e cismava que se matava. Via-se que não regulava bem da cabeça e adivinhava-se a fome que a apoquentava. Suspeitaram os vizinhos de mau olhado e a ti Catrina, calhada nas benzeduras para tal moléstia, já a tinha ido visitar com outras mulheres embiocadas no xaile e os rostos sumidos na copa de enormes lenços pretos. Das conversas delas nada se disse, mas ouviu-se na rua a ladainha:

«Dois to deram, três to tirarão,
foi S. Pedro e S. Paulo e o apóstolo S. João
Sant’Ana pariu Maria, Maria pariu Jesus,
assim como isto é verdade,
livre este corpo de ares, olhares e todo o mal
em louvor de Sant’Ana e Santa Iria…
padre nosso, ave-maria…»

Muitos padre-nossos e ave-marias depois, sem abrandar o mal, as mulheres mais velhas concluíram que deviam ser espíritos que atenazavam a bendita alma da Celeste, tão temente a Deus que ela era, mas nestas coisas de espíritos ruins são estes que escolhem a morada e, embora a oração lhes dificulte a entrada, está provado que não é intransponível a barreira.

A adensar a suspeita ouvia-se na habitação, durante a noite, o barulho de máquina de costura, que não havia, a trabalhar, a perturbar o sono e a aumentar a angústia. À porta juntavam-se pessoas vindas da igreja a ouvir o som que os espíritos produziam. Os poucos que não ouviram, apesar da atenção e do silêncio, conformaram-se com a deficiência auditiva e renderam-se à maioria.

O senhor padre pode ter desconfiado do diagnóstico, o sr. António Bernardo dizia que ela não batia bem da bola, podia até ser dos espíritos, a senhora professora aconselhou um médico, que disparate, o que sabe um médico destas coisas e onde é que o há, mas o povo na sua infinita sabedoria já tinha o veredicto, eram espíritos, só podia ser, falava-se de uma avó falecida há muitos anos, a voz tinha sido reconhecida, faltaram-lhe algumas missas ao trintário na encomendação da alma, não se perde nada em benzer a casa e deixar algum latim – conformou-se, acossado, o padre Pires –, dizem-se as missas em dívida e logo se verá.

A Celeste é mulher e o destino das mulheres serem possuídas, os espíritos malignos aproveitam e, depois de entrarem, são difíceis de expulsar. É um combate para senhores párocos, ou mesmo para um reverendíssimo bispo se as posses da vítima e a malignidade o aconselham. Pouco avezado a tais pelejas, mas com habilitações canónicas e compleição adequada à luta, bem se esforça o padre a desalojá-los. Quem julgue que a força da cruz e do divino devem bastar não conhece os espíritos e o furor que transmitem às mulheres possuídas, levando à exaustão o exorcista que não raro precisa de várias tentativas para se fazer obedecer. Fracassa e fica extenuado, à primeira, o padre Pires, valendo-lhe a gemada que o aguarda com vinho e açúcar, enquanto a ceia e o breviário lhe não retemperam as forças e devolvem a serenidade.

A Celeste não melhora. Continua a ouvir vozes que desconhece, definha. Alguns dias após, no regresso do Carapito, onde tinha ido levar o viático a um moribundo, volta o padre Pires à peleja com o maligno. Pode ser que na vez anterior se tenha entupido o hissope, avariado o crucifixo ou faltado à água a bendição, quem sabe, o senhor prior não costuma partilhar as dúvidas, se dúvidas assaltam o ministro de Deus, isto é um incréu a pensar, a força da fé move montanhas, sempre ouvi dizer, a Celeste pode ter perdido a fé com a fraqueza, e sem fé não adianta, é um esforço inglório, o certo é que o senhor padre volta a entrar naquela casa, se pode chamar-se assim ao sítio, mal nunca faz, senhor eu não sou digna de que entreis na minha morada, isto é uma forma de dizer, a Celeste refere-se a Deus que está em toda a parte, mas quando vem acompanhado do seu representante há de infundir maior respeito, as pessoas humildes dizem estas coisas, o senhor padre mergulha bem o hissope, asperge-o com vigor, desenha cruzes, vai-se ao demo com o latim e as mãos, põe as pessoas a rezar o terço que a irmã Lúcia recomenda contra o comunismo, que também resulta com os espíritos, tudo obra do demo, deixa a reza para os paroquianos e sai da refrega exausto à procura da gemada com vinho, açúcar e nódoas para a batina, sem saber se os espíritos encurralados no corpo frágil obedeceram à ordem de expulsão, onde resistiam acossados à parafernália de alfaias sagradas e pias intimações.

As pessoas esperam na rua alheias ao perigo de serem apanhadas para refúgio dos espíritos em fuga. Nessa noite a máquina de costura inexistente permanece silenciosa e quieta, calam-se as vozes das almas penadas, a Celeste dorme bem pela primeira vez em muitos dias, depois da canja que lhe levaram. Se os espíritos não saíram estão debilitados.

A Celeste, com pouco alento, é certo, volta à horta e à igreja, o exorcismo resulta.

Finou-se algumas semanas depois, completamente curada, liberta de espíritos malignos.

In Pedras Soltas (Ed. 2006) – esgotada

28 de Abril, 2018 Carlos Esperança

A Associação Ateísta Portuguesa e a santidade

Assunto: A canonização de Nuno Álvares Pereira

À Comunicação Social

A Associação Ateísta Portuguesa (AAP) ficou perplexa com a canonização de Nuno Álvares cuja antiguidade começa a contar a partir de 26 de Abril de 2009.

A AAP entende que o prestígio do Condestável não se altera com o milagre que lhe foi adjudicado, mas Deus podia mais facilmente ter evitado os salpicos de óleo que atingiram o olho esquerdo da D. Guilhermina de Jesus, enquanto fritava o peixe, e a consequente «úlcera da córnea, uma coisa gravíssima» – segundo o cardeal Saraiva Martins –, do que ter de a curar para o beato virar santo.

Um vulto histórico, da dimensão de Nuno Álvares, não se engrandece com a cura de uma queimadela ocular quando há tantos amputados a quem o crescimento de uma perna facilitaria a vida e era mais relevante para o seu prestígio.

A AAP duvida da capacidade do guerreiro para actuar como colírio e fica surpreendida por se ter lembrado dele a D. Guilhermina que, em vez do desabafo habitual, quando um pingo de óleo fervente atinge um olho, recorreu à intercessão de um taumaturgo, sem antecedentes no ramo, para lhe salvar a visão.

Há nesta maratona pia uma sucessão de coincidências suspeitas. Começou pelo facto de a D. Guilhermina ter optado por fritar peixe em vez de assá-lo; perante a dor que se adivinha, em vez de recorrer a uma expressão que não cura, mas alivia, ter pedido a intercessão de quem precisava do milagre para ser promovido a santo; ter dado conhecimento à Igreja católica e estar na presidência da Prefeitura da Causa dos Santos o experimentado pesquisador de milagres e criador de santos, o cardeal Saraiva Martins; finalmente, haver no Vaticano médicos para certificarem a cura do olho e, em Lisboa, devotos à espera do novo santo.

Só quem sabe distinguir a água benta da outra pode rubricar um milagre que, não sendo excepcional, foi o que se arranjou. O patriarca Policarpo preferia que D. Nuno fosse dispensado das provas públicas do milagre mas resignou-se com a exigência papal; o presidente da República já anunciou a sua satisfação, certamente a título pessoal, e a Pátria, angustiada com a crise, ficou estupefacta.

Os espanhóis que, durante muitos anos, não toleraram a santidade do carrasco que os humilhou nos Atoleiros, em Aljubarrota e em Valverde, têm agora tantos santos que não ligam à elevação de D. Nuno aos altares.

Durante os dois últimos pontificados emergiu um tsunami de santidade que exumou os cemitérios da catolicidade em busca de taumaturgos. O folclore dos milagres é certamente uma forma de propaganda religiosa mas a AAP, temendo estar perante uma burla com a conivência das mais altas instâncias do poder, quer saber:

1 – Quem foram os médicos que comprovaram o milagre;
2 – Qual o critério para o atribuir a D. Nuno;
3 – Que exames mostram o olho esquerdo da D. Guilhermina antes e depois do milagre;
4 – O que pensa a Ordem dos Médicos portuguesa sobre o acto clínico de D. Nuno.

A Associação Ateísta Portuguesa não será cúmplice, com o seu silêncio, da manobra obscurantista em curso e, por isso, a denuncia.

Apela ao espírito crítico dos portugueses para não crerem em afirmações sem provas e não confundirem a superstição com a realidade.

Recorre ainda à comunicação social para prevenir os simples da manipulação, acautelar os frágeis contra a crença de que as dificuldades se resolvem com milagres e advertir os compatriotas de que as soluções se procuram com quem está vivo e não com quem é defunto há séculos.

Associação Ateísta Portuguesa – Odivelas, 24 de Fevereiro de 2009

26 de Abril, 2018 Carlos Esperança

9.º aniversário da canonização de D. Nuno Álvares Pereira (26- 4-2009)_2

Há nove anos D. Nuno foi criado santo, não por pelejar contra mouros, judeus ou outros infiéis, nem, certamente, pelo desembaraço com que matou cristãos castelhanos, atitude que comprometeria a Igreja e a santidade, mas por desejo do episcopado luso.

Enquanto Espanha se ajoelhava a Franco e ao Papa de turno, nunca foi possível elevar à santidade o herói nacional. Nem o opúsculo do Sr. Duarte Pio, especialista em solípedes pios, o investigador que descobriu que os cavalos de D. Nuno se ajoelharam em Fátima, antes da batalha de Aljubarrota e muitos anos antes de o Sol ter ali bailado, logrou com tão árdua pesquisa e tão transcendente milagre, fazer do herói um santo.

O patriarca Policarpo bem quis que o Vaticano usasse outro pretexto para a canonização que ansiava, mas o cardeal Saraiva Martins, então o Prefeito que certifica milagres, nem o Papa dispensavam um milagre obrado. A tradição exige contrariar as leis da Física ou o estado da arte médica para criar santos.

Como os milagres estão cada vez mais difíceis e os grandes acontecem sempre longe do País, recorreu-se a um milagre pífio, mas autóctone, aquém da dimensão do santo, mas em zona de prodígios e, em breve, com 3 santos no espaço de uma só aldeia.

O milagre foi encomendado à Sr.ª Guilhermina de Jesus, a desmazelada cozinheira que, em Ourém, expôs o olho esquerdo a salpicos do óleo fervente com que fritava os peixes e que, em vez do colírio, recorreu à súplica a D. Nuno, com mais eficácia terapêutica e menor custo.

O País devoto deve à cozinheira de Ourém e ao risco em que colocou o olho esquerdo, o milagre que possibilitou ao mais insigne dos 26 filhos conhecidos do prior do Crato, Álvaro Gonçalves Pereira, filho do bispo de Lisboa, D. Gonçalo Pereira, ser elevado aos altares no escalão máximo.

De futuro, quando um crente for atingido no olho esquerdo, não há experiência no olho direito, com salpicos de óleo fervente, incluindo o azeite Santo Condestável, não mais se recordará daquelas expressões que aliviam, mas perigam o destino da alma, e rezará, valha-me o Santo Condestável, Ave-maria… E o olho ficará curado.

26 de Abril, 2018 Carlos Esperança

9.º Aniversário da canonização de D. Nuno Álvares Pereira

D. Nuno e D. Guilhermina

Há nove anos, D. Nuno foi posto a render ao serviço do obscurantismo e da superstição. Não se referiram as leis da época, as lealdades a que os cavaleiros medievais eram obrigados nem as circunstâncias políticas das batalhas, e, por lapso, não foi referido que do lado de Castela também se ajoelhavam os cavaleiros, como era hábito.

Se houvesse exigência de rigor em alguma afirmação, alguém devia ter sido explicado como se tornou D. Nuno o homem mais rico do reino e como exigiu a fortuna. Mas isso são coisas alheias à santidade e à cura do olho da D. Guilhermina.

Só do lado de D. Nuno se genufletiram os cavalos, é certo, a fazer fé num opúsculo do Sr. Duarte Pio, especialista em cavalos devotos e tolices avulsas, não se percebendo o esquecimento dos cavalos com o precedente de S. Guinefort, o cão injustamente morto pelo dono e feito santo. Os historiadores ignoraram o espetáculo e deixaram ajoelhar consolados os escuteiros, bispos e beatos que foram agradecer a cura do olho esquerdo de D. Guilhermina, órgão que devia ser protegido com grades, não vá um especulador de relíquias arrancar-lho em vida.

O Patriarca Policarpo acusou o Estado de conviver mal com a Igreja, sem compreender a separação e a laicidade a que o Estado é obrigado. O Sr. Duarte Pio, com vocação para a asneira, considerou que a canonização «tem mais importância para Portugal do que os «prémios Nobel».

Apostila – Este texto foi escrito na data da canonização e ora adaptado para a efeméride.
Dada a importância da cura do olho esquerdo de D. Guilhermina para a santidade de D. Nuno, trarei aqui, a este mural, os textos da época.

25 de Abril, 2018 José Moreira

A (in) existência de Deus

Um dos argumentos apresentados pelos crentes quando se discute a existência de Deus, é o de que os ateus não conseguem provar que Deus não existe. Claro que existe sempre o contra-argumento de que a não existência, seja do que for, nunca pode ser provada. Por exemplo, ninguém consegue provar que não existem gambuzinos ou elefantes cor-de-rosa. Mas já cheguei à conclusão que era demasiada areia para a camioneta deles. Por isso, decidi que na impossibilidade de os combater, o melhor seria juntar-me a eles. Assim, passei a concordar com o argumentário crentalho, e a assumir que, não podendo provar a não existência de Deus teria de, pelo menos, aceitar a possibilidade da sua existência. Pois. Mas a alegria dos meus interlocutores rapidamente se desvanece, quando eu acrescento que o mesmo se aplica aos deuses gregos, romanos, egípcios, etc.

24 de Abril, 2018 Carlos Esperança

25 de Abril, Sempre!

Amanhã é dia de comemorar o dia maior da liberdade num país de quase nove séculos de História.

Daqui a uma dúzia de horas começa a noite da primeira madrugada em que a liberdade veio na ponta das espingardas embrulhada em cravos vermelhos, com balas por disparar e sonhos para cumprir. Há 44 anos.

Nunca tantos devemos tanto a um exército que deixou de ser o instrumento da repressão da ditadura, para se transformar no veículo da liberdade conduzido, por jovens capitães.

Foi a mais bela página da nossa História e o dia mais feliz da minha vida. Abriram-se, por magia, as prisões, neutralizou-se a polícia política, acabou a censura e não mais se ouviram os gritos dos torturados nas masmorras da Pide.

Há 44 anos, daqui a poucas horas, ainda os coronéis e os padres censores empunhavam o lápis azul da censura já sem efeito nas palavras e imagens cortadas. O dia 25 de Abril nasceria límpido e promissor com a guerra para acabar e a promiscuidade entre o Estado e a Igreja a ser interrompida.
Os exilados e os degredados viriam juntar-se aos que saíam das prisões. O fascismo era já um cadáver que sobrevivia com a mais dura das repressões. A Pátria não era o país de um povo, era o lúgubre reduto de onde os fascistas oprimiam o próprio povo e as pátrias de outros.

Amanhã é dia de ouvir canções, de sair à rua e de gritar, «fascismo nunca mais!»

O Povo Unido Jamais Será Vencido! Viva o MFA! Viva o 25 de Abril, que aí vem na idade madura dos seus 44 anos.

Para os heróis desse dia, de todos os dias e de sempre, para os que ainda vivem, não há cravos que cheguem para agradecer a vida que cumpriram num só dia.

Obrigado, capitães de Abril! Amanhã, como então, as lágrimas são de alegria incontida, e é forte e comovido o abraço que aqui deixo a todos os que amanhã lembrarei.

A Igreja já anda aí de novo. É preciso lembrar que a separação da Igreja e do Estado é desígnio do 25 de Abril que não podemos deixar trair. Por enquanto, ainda podemos ser ateus, sem risco de prisão.