17 de Janeiro, 2018 Carlos Esperança
A fé e a liberdade
Herdeiro do Renascimento e do Humanismo, o Iluminismo fez do século XVIII o «século das luzes».
Foi o confronto dialético entre a cultura greco-romana, que os sábios do Renascimento retomaram, e a escolástica medieval, que o clero romano se esforçou por preservar, que fez germinar o Iluminismo.
O ceticismo de Hume, filósofo e historiador escocês, arrasou os dogmas religiosos e abriu as portas da modernidade.
Hoje, com a secularização e a razão a avançarem nos países europeus, assistimos à aflita revolta do clero ansioso pelo retorno à fé e aos valores medievais.
Os milagres da Igreja Católica são a mais demente manifestação de obscurantismo e a mais torpe tentativa de manipulação contra a ciência e o progresso. É o desespero da fé, que definha, contra a secularização que avança. O retorno aos dogmas e a chantagem sobre os Governos democráticos são uma obsessão das Igrejas cristãs que convocam o histerismo dos seus padres e o fanatismo dos crentes contra a modernidade.
Os mitos agradam aos crédulos enquanto a reflexão crítica é apanágio dos herdeiros do «século das luzes» que as religiões, em geral, e o Islão, em particular, se esforçam por apagar.
Os crentes exultam por viver de joelhos, os céticos têm a coragem de se manter de pé.