Gazeta Ateísta – A Igreja, o Papa e o meu Avô
Por
Onofre Varela
A Igreja Católica é uma monarquia absolutista de origem divina, com um soberano que detém o título de Papa. O termo designa “pai”.
O pai, numa sociedade patriarcal como a nossa, é a autoridade da família, e o Papa é a autoridade da Igreja Católica, a quem os crentes devem mais do que “respeitinho” e vassalagem; também lhe devem adoração e por isso lhe beijam o anel.
A Igreja é uma empresa multinacional que fabrica e comercializa fé, produto de grande consumo só comparável à Coca-Cola, ao
McDonald e aos Donuts… todos juntos. Mas não é uma multinacional qualquer! Comprova-o o Catecismo da Igreja Católica de 1992 (presumo que ainda está em uso e sem alteração) que reitera a sua doutrina de que “só a Igreja detém toda a verdade, porque a recebeu íntegra, por revelação directa de Deus, e transmite-a na sua pureza original”.
Ora, sendo Deus um conceito criado pelo Homem da Idade do Ferro, temos, na Igreja (Católica ou qualquer outra), um agente de contrafacção. Um explorador de fé e comerciante de um plágio, do qual se afirma detentor dos direitos de autor.
E mais afirma a Igreja, na Constituição Dogmática Dei verbum, do Concílio Vaticano
II: “A verdade de Deus é a sua sabedoria que rege toda a ordem do mundo […]
Deus único, criador do céu e da terra […] é o único que pode dar conhecimento verdadeiro de todas as coisas criadas pela relação
com Ele […]” cuja verdade se encontra na Bíblia como obra de Deus, pois “a revelação que a Sagrada Escritura contém foi escrita por inspiração do Espírito Santo”.
Esta mitologia católica que é apregoada como “verdade histórica”, vende como pão quente, e os crentes acreditam… porque é esse o papel dos crentes… porém, a fornada saiu queimada!… Esse pão está intragável!…
Quem consome deste pão convencido de que é um bom alimento, vai morrer à mingua de sabedoria, pensando que morre sábio! Do mal o menos para o próprio, que nunca soube que não sabia… mas quem por cá fica, alimentando-se do mesmo pão queimado, sem saber o que é a verdadeira qualidade do pão bem temperado, bem levedado e cozido, e do saber verdadeiro alicerçado em ciência, é um ser humano com um índice de qualidade racional… a que nível?!…
Aqui o leitor pergunta: E o que é que tem o teu avô a ver com tudo isso, porra?!…
E eu respondo. O meu avô era um excelente padeiro, tal como o Papa actual é um excelente ser humano. Mas não produzia, só, fornadas impecáveis. Uma vez por outra também deixava queimar a fornada e obrigava-se a deitar fora o pão sem qualidade.
A Igreja (todos os cultos religiosos) está precisada de fazer o mesmo. Não venda pão espiritual mal fabricado, e o crente não adore o Papa (ou bispos de outros credos, ou treinadores de outros futebóis), porque o Papa é um homem como eu, como você e como o meu avô… que era um excelente padeiro…
mas às vezes deixava queimar a fornada!…
(O autor escreve sem obedecer ao último Acordo Ortográfico)
Perfil de Autor
- Ex-Presidente da Direcção da Associação Ateísta Portuguesa
- Sócio fundador da Associação República e laicidade;
- Sócio da Associação 25 de Abril
- Vice-Presidente da Direcção da Delegação Centro da A25A;
- Sócio dos Bombeiros Voluntários de Almeida
- Blogger:
- Diário Ateísta http://www.ateismo.net/
- Ponte Europa http://ponteeuropa.blogspot.com/
- Sorumbático http://sorumbatico.blogspot.com/
- Avenida da Liberdade http://avenidadaliberdade.org/home#
- Colaborador do Jornal do Fundão;
- Colunista do mensário de Almeida «Praça Alta»
- Colunista do semanário «O Despertar» - Coimbra:
- Autor do livro «Pedras Soltas» e de diversos textos em jornais, revistas, brochuras e catálogos;
- Sócio N.º 1177 da Associação Portuguesa de Escritores
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