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Mês: Novembro 2017

17 de Novembro, 2017 Carlos Esperança

A beata hipocrisia

Cardeal de Lisboa admite padre com filho mas sem “vida dupla”

Padre Giselo Andrade quer continuar à frente da paróquia, depois de ter assumido paternidade de bebé

O Cardeal-Patriarca de Lisboa defendeu esta quinta-feira que a igreja não deve abandonar o celibato dos sacerdotes católicos nem abrandar a sua apologia, considerando que esta é uma questão que diz respeito à doutrina, ao culto e à cultura.

16 de Novembro, 2017 Carlos Esperança

A alma, essa desconhecida

A alma é um furúnculo etéreo que infeta o corpo dos crentes. É um vírus que sobrevive à morte do hospedeiro e migra para a morada perpétua que os clérigos lhe destinam.

A alma é um bem mobiliário sujeito a imposto canónico e que, à semelhança das ações de empresas, hoje também desmaterializadas, exige taxa de ‘gestão da carteira celestial’.

No mercado mobiliário as ações são transmissíveis e negociáveis. Representam avos do capital social das empresas. A sua clonagem é criminosa e leva o autor à prisão, exceto quando o Vaticano está envolvido e nega a sua extradição, como sucedeu ao arcebispo Marcinkus, que JP2 protegeu, após a falência fraudulenta do Banco Ambrosiano.

Quanto à alma, há suspeitas de haver um número ilimitado em armazém, o que exaspera os clérigos, intermediários do negócio, com o planeamento familiar. Não se sabe bem se a alma vai no sémen, está no óvulo ou surge depois da cópula, um ato indecente para tão precioso e imaculado bem.

Os almófilos andam de joelhos e põem-se de rastos sem saber se a alma se esconde nas mitocôndrias, nas membranas celulares, no retículo endoplasmático ou no núcleo e nos cromossomas, sem nunca admitirem que seja o produto de reações enzimáticas.

Ignoram se já tem algum valor no ovo, no embrião em fase de mórula ou no blastocito. Juram que aparece no princípio, sem saberem bem quando e onde está o alfa, ou quando surge Deus a espreitar pelo buraco da fechadura e a lançar aos fluidos a alma que escapa ao entusiasmo de quem ama.

Após o aparecimento dos rudimentos da crista neural, só às 12 semanas o processo de gestação dá origem ao feto e falta provar que a alma, embora medíocre, se encontra nos anencéfalos, ou seja de qualidade a que resulta de violação ou incesto.

A alma é um produto da religião destilado por sacerdotes no alambique da fé, através de um processo alquímico.

15 de Novembro, 2017 Carlos Esperança

Ateísmo

14 de Novembro, 2017 Carlos Esperança

A ICAR continua vesga, mas a fábrica da santidade não para

O papa Francisco agradeceu hoje o “testemunho exemplar” dos 60 espanhóis vítimas de perseguição religiosa e assassinados durante a guerra civil, que foram beatificados hoje numa cerimónia que decorreu no Palácio Vistalegre, em Madrid, Espanha.

“Todos foram mortos pela perseguição religiosa que ocorreu durante a guerra civil espanhola entre 1936 e 1937. Devemos agradecer a Deus por este grande presente destas testemunhas exemplares”, disse Francisco após a oração dominical.

Diário de uns ateus – Um dia também serão considerados mártires os bispos catalães assassinados pelos franquistas e que durante décadas permaneceram ignorados.

13 de Novembro, 2017 Carlos Esperança

As crenças e os crentes

Quem acreditou que o Sol girava à volta da Terra não foi, por isso, malfeitor. A ignorância da física quântica ou da energia atómica não torna ninguém indigno ou mau.

Quem crê que a Virgem Maria saltitou de azinheira em azinheira à procura da Lúcia ou que a beata Alexandrina de Balazar passou anos sem comer nem beber, em anúria, e a alimentar-se de hóstias consagradas, não comete um crime.

Quem reza ao franquista Escrivá de Blaguer, convicto de que o fascista se tornou santo com três milagres obrados em defunção, e lhe implora outro, não é delinquente.

Entendamo-nos de uma vez por todas. Os crentes são pessoas iguais aos ateus. O direito a acreditar na virgindade de Maria ou na virtude da bruxa da Lousã é um direito que os ateus defendem. Não significa que a bruxa não deva responder por burla e Fátima denunciada a uma associação de defesa dos direitos dos consumidores.

O que urge denunciar nas religiões ou no ateísmo, se for caso disso, é a publicidade enganosa, a coação psicológica, os terrores que infundem, os ódios que acicatam, as guerras que fomentam. Nenhum ateu persegue os crentes, apenas combate o que julga ser mentira.

A minha posição para com os crentes é a mesma que tenho para com os drogados. Tolerante com estes e vigoroso contra quem produz e trafica a droga.

As hóstias que cada um deglute, as missas que consome, os terços que reza, as ladainhas que debita, o incenso que aspira ou a água benta com que se borrifa, são direitos que os países livres consagram e defendem. E defendem ainda o direito de mudar de religião e o de abdicar de qualquer uma.

As Igrejas não podem nem devem, na minha opinião, servir-se do aparelho de Estado, ameaçar, perseguir ou perturbar a opinião pública no seu proselitismo. E, naturalmente, têm o direito de combater o ateísmo, pela palavra, o mesmo que assiste aos ateus para desmascarar a burla religiosa.

É do confronto dialético de posições divergentes que nasce a luz, não é da palavra de Deus bolsada pela voz de clérigos ou vertida na violência dos livros sagrados.

11 de Novembro, 2017 Carlos Esperança

Vaticano – antro poluído

Jornalista revela contas milionárias dos Papas e abusos sexuais no Vaticano

Gianluizi Nuzzi / Facebook

O jornalista italiano Gianluizi Nuzzi.

“Dinheiro, sangue, sexo”. Eis os três pilares em que assenta o novo livro do jornalista italiano Gianluizi Nuzzi que, nos últimos 10 anos, tem investigado a história do Vaticano e que avança com novas revelações, envolvendo contas milionárias de Papas e abusos sexuais.

Vale a pena ler mais…

9 de Novembro, 2017 Carlos Esperança

A Estónia e a religião

«Igreja ortodoxa localizada na Cidade Velha em Tallinn. Ela foi construída em 1894, como influência do Império Russo.

De acordo com a mais recente pesquisa de opinião pública do Eurostat, em 2005, apenas 16% dos cidadãos estonianos responderam que “Acreditam que exista um Deus”, enquanto que 54% responderam que “Acreditam que exista algum tipo de espírito ou força vital” e 26% que “Não acreditam que exista qualquer tipo de espírito, Deus, ou força vital”.

Isto, segundo a pesquisa, faria dos estonianos o povo menos religioso de entre os então 25 membros da União Europeia. Historicamente, contudo, a Estónia foi um baluarte do Luteranismo devido a sua forte ligação com os países nórdicos. Durante o período de russificação, muitos camponeses foram convertidos à Igreja Ortodoxa, mas poucos permaneceram após a queda dos czares em 1917 e a lei de liberdade religiosa de 1920.

Uma pesquisa do Instituto Gallup, de 2009, indica que os estonianos são o povo menos religioso do mundo. Apenas 16% da população considera que a religião desempenha um papel importante em suas vidas.»

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