O ateísmo é tolerante
Não é contra as pessoas que têm fé. Écontra a fé que as pessoas têm.
Defendo o direito a ter fé, a mudar de crença, regressar à anterior, partir para outra e a não ter fé. Só não aceito a imposição e a violência que soe acompanhar o proselitismo.
Combato os avençados do divino que não aceitam outra fé e, sobretudo, quem a não tem. Ataco os parasitas de Deus e os charlatões místicos. Desmascaro Deus e todos os mitos.
Os deuses, tal como as pessoas, nascem, crescem e morrem, apenas o seu ciclo é mais difícil de prever e a sua existência impossível de provar. O próprio Jesus Cristo, depois de uma curta carreira de milagres e pregação, atividades em voga no seu tempo, nasceu há mais de 2020 anos. Pouco tempo para um Deus e demasiado para as vítimas que duvidaram.
À volta de Deus crescem interesses, organizam-se multidões de parasitas que precisam de multiplicar o número de devotos para manterem o poder e as prebendas. A história das religiões comparadas mostra que são todas parecidas, tendo a morte e o medo como alimento predileto.
Leão X, Papa católico (ateu, por acaso) dizia que «a fábula de Cristo é de tal modo lucrativa que seria ingénuo advertir os ignorantes do seu erro». Até Pio XII, que morreu com a consciência pesada de ser antissemita e vagamente nazi, afirmava que, para os cristãos, Cristo era do domínio da fé, não era objeto da história.
Alguns leitores acusam-me de ser, não tanto contra as religiões, mas sobretudo anticatólico. É benevolência dos católicos. Sou contra todas. Já algumas vezes afirmei que todas as religiões consideram ser a única verdadeira, donde se conclui que, na melhor das hipóteses, são todas falsas, menos uma, e, muito provavelmente, são todas.
É verdade que sou mais generoso para com o catolicismo, por ser o mais pernicioso em Portugal. Deve-se-lhe o atraso do País, por ter sido religião obrigatória. Os padres foram quase sempre caceteiros e trogloditas. Atacaram o liberalismo a favor do miguelismo, a República mancomunados com a monarquia, a democracia, aliados à ditadura.
Até na guerra colonial a posição oficial da Igreja católica portuguesa foi empenhada, com o cardeal Cerejeira a afirmar que defendíamos a civilização cristã e ocidental, depois de ter sabido pela Irmã Lúcia que Salazar fora enviado pela providência, quando os portugueses achavam que só podia ter sido pelo diabo.
Perfil de Autor
- Ex-Presidente da Direcção da Associação Ateísta Portuguesa
- Sócio fundador da Associação República e laicidade;
- Sócio da Associação 25 de Abril
- Vice-Presidente da Direcção da Delegação Centro da A25A;
- Sócio dos Bombeiros Voluntários de Almeida
- Blogger:
- Diário Ateísta http://www.ateismo.net/
- Ponte Europa http://ponteeuropa.blogspot.com/
- Sorumbático http://sorumbatico.blogspot.com/
- Avenida da Liberdade http://avenidadaliberdade.org/home#
- Colaborador do Jornal do Fundão;
- Colunista do mensário de Almeida «Praça Alta»
- Colunista do semanário «O Despertar» - Coimbra:
- Autor do livro «Pedras Soltas» e de diversos textos em jornais, revistas, brochuras e catálogos;
- Sócio N.º 1177 da Associação Portuguesa de Escritores
http://www.blogger.com/profile/17078847174833183365
http://avenidadaliberdade.org/index.php?content=165