É irrelevante que a isso se tenha oposto o rei desse Estado Islâmico cujo financiamento do terrorismo é esquecido pelos beneficiários ocidentais da sua riqueza de combustíveis fósseis, ao ponto de lhe conferirem alvará de “amigo do Ocidente”. Argumentar que não seria possível pelo facto de a religião dele ser verdadeira contrariamente ao cristianismo ortodoxo, ou o facto de Putin lhe ter afirmado pensar exatamente o contrário, é irrisório face ao que está em causa.
Neste caso nem a veracidade da notícia é importante, o que está em causa é a cobardia dos governantes dos países democráticos em exigirem a reciprocidade que se impõe na relação entre Estados.
Para quem defende a superioridade moral das democracias e dos Estados laicos perante os totalitarismos religiosos ou políticos, considero um pressuposto ético a exigência da reciprocidade que Putin alegadamente exigiu ao monarca medieval de um país pária que suborna os líderes pusilânimes de países civilizados.