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Mês: Maio 2017

9 de Maio, 2017 Carlos Esperança

Tertúlia em Oliveira do Hospital

“O Sol bailou ao meio dia?!” Fátima, Fé e História… 100 anos depois (O video)

“O Sol bailou ao meio dia?!”  Fátima, Fé e História… 100 anos depois
Moderação: Vítor Neves
Intervenientes: Anselmo Borges, Carlos Esperança, Francisco Claro e Luís Filipe Torgal.

Ficam aqui algumas da frases chave desta tertúlia.

Veja agora aqui o vídeo completo.

 

Anselmo Borges:
“Fátima não é um dogma. Pode-se ser bom católico e não acreditar em Fátima. … aquelas crianças fizeram aquela experiência religiosa, mas não foi a melhor… que mãe mostra o inferno aos seus filhos?…”
“Não acredito em segredos….o que Deus diz está nos evangelhos.”
“Fátima é uma questão de religiosidade popular…”
“Crentes e ateus fazem bem rezar. Parar!”
“Se há coisa que precisamos é mudar de atitude. Se continuar no centro o Deus dinheiro vamos estar em perigo”.

Carlos Esperança:
“Fátima é seguramente um embuste, que nasceu no seio da Igreja Católica, fomentado pelo Clero”.
“Repúdio por o Presidente da República participar em vídeo promocional de Fátima”.
“Condeno o governo por dar tolerância de ponto…”
“É evidente que o sol não bailou…”
“Rezei até aos 14 anos. Tive as mesmas visões de Lúcia com o diabo com garfo de três dentes…”
“Fátima é um offshore da realidade.”
” O que exijo do Estado é a laicidade”

Diácono Francisco Claro:
“O que aconteceu em Fátima, tem efeito extraordinário, na vida de cada um de nós…”
“Vemos uma pretensa apropriação de Fátima… É uma visão”.
“As vicissitudes históricas longe de diminuírem a credibilidade do evento… para mim o evento de Fátima é fulgurante de luz.”
“Quem se castiga é o homem.”
“O homem entregue a si próprio fica em situação de perigo existencial”.
“Estou convencido que o segredo de Fátima está totalmente revelado”.
“Olho para Fátima e vejo de tudo como na farmácia…”
“Estou em crer que os pastorinhos fizeram uma experiência de Deus extraordinária, de uma beleza que até dá inveja.”
“Para Deus é mais fácil bailar o sol do que os corações.”

Luís Torgal:
” São 100 anos de muitas contradições…”
“Acredito que Fátima resultou de visões de Lúcia… os outros são praticamente peças fora do baralho…nada dizem”.
“Fátima não é dogma de fé…”
“O discurso de Fátima esteve sempre muito politizado”.
“Eu respeito Fátima.”

8 de Maio, 2017 Carlos Esperança

Egito – o encontro histórico de dois papas

O Papa da Igreja Ortodoxa Copta de Alexandria e o Papa
católico encontraram-se na última viagem que o último fez
ao Egito.

Com papas e bolos...

7 de Maio, 2017 José Moreira

Mais católicos menos praticantes

O insuspeito “Jornal de Notícias” (JN) dava hoje à estampa um artigo segundo o qual existem, actualmente, mais católicos, mas esses são menos praticantes. Confesso que fiquei confuso, sem saber, ao certo, o que é isso de “ser católico” sem ser “praticante”.  Para mim, que não percebo patavina, “ser católico” não é limitar-se a estar inscrito na ICAR, pois se assim fosse, sem a menor sombra de dúvida que cada vez há mais católicos: à medida que nascem vão sendo inscritos e o seu número aumenta, naturalmente . Até eu estou lá inscrito. Mas ser católico, no meu entender, é, além de estar inscrito na ICAR, cumprir os seus cinco mandamentos. Isto para além, claro, de cumprir toda a sua (da ICAR) doutrina avulsa, que não se fica pelos mandamentos, já para não falar na doutrina bíblica. Por exemplo, gerar filhos fora do casamento é um pecado. E o que nós vemos é que cada vez há mais famílias monoparentais, o que é uma situação pouco católica. Claro que a ICAR, como tem vindo a ser seu timbre, vai-se “mimetizando”, e vai aceitando, no seu seio, casais divorciados, homossexuais e outros em situações pouco católicas.

Ora, para mim, “católico” é, além do mais, cumprir “religiosamente” os preceitos religiosos. Quem não o fizer, não é católico; limita-se a estar inscrito na ICAR. Pelo que a “estatística” ou, se preferirmos, a conclusão do JN é falaciosa. Porque eu também sou trompetista, mas não toco trompete.

Falta, finalmente, dizer que esta “notícia” está em flagrante contradição com esta.

 

7 de Maio, 2017 Carlos Esperança

Penacova – Município ou paróquia?

“100 anos – 100 terços: centenário das aparições”, em Penacova

Para comemorar os cem anos das aparições de Fátima está patente na Biblioteca Municipal de Penacova, até ao final do mês de maio, a exposição “100 anos – 100 terços: centenário das aparições”.

Trata-se de um conjunto de terços elaborados pelos alunos que frequentam a disciplina de EMRC, nas escolas de Aveleira, Figueira de Lorvão, Lorvão e Penacova do Agrupamento de Escolas de Penacova.

A grande diversidade de materiais revela bem a criatividade de todos os que participaram neste desafio: lã e linha, botões, missangas, leguminosas, metal, tecido, cortiça, vime, búzios, esferovite, caracóis… e muito mais…
Escola e comunidade de mãos dadas, com o contributo da Biblioteca Municipal de Penacova.

6 de Maio, 2017 Carlos Esperança

Lúcia, vidente contumaz (Crónica ímpia)

Dos três pastorinhos, Lúcia foi a única que fixou, reproduziu, reconheceu e localizou as aparições da S.ª de Fátima, dom de insólitas vidências, que não se exauriu no ermo onde apascentava cabrinhas e recidivou no cativeiro a que a remeteu o bispo de Leiria, desde os 14 anos.

Na Cova da Iria, registou, com notável precisão, as visões, recados, vestuário, feições e humores da senhora mais brilhante do que o Sol. No bailado do Sol ao meio dia, Deus, em sinergia com a Senhora de Fátima, fez melhor do que quando entregou os amorreus às sevícias dos filhos de Israel e, a pedido de Josué, na presença dos israelitas, deteve o Sol em Gibeão e a Lua no vale de Aijalom, para lhes dar tempo.

Quando a física celeste colocava o sistema solar a rodar à volta da Terra, e esta se mantinha em mansa quietude, detinha-se o Sol; quando a física se alterou, o Sol fez piruetas em Fátima, com uma sessão privada para o Papa, nos jardins do Vaticano.

Foram tantas e tão variadas as visões, em vida, que a visita ao Inferno, onde viu frigir o Administrador do Concelho de Ourém, que não ia à missa, é irrelevante perante outras que só a uma predestinada bem-aventurada estava reservado tamanho privilégio.

Em Pontevedra, um dos seus desterros, teve duas aparições do Menino Jesus na capela, uma delas com “Nossa Senhora”, que lhe pediu para consagrar o mundo ao Imaculado Coração de Maria. É um orgulho para a Pátria e uma glória para a fé saber que a defunta mãe de Jesus ‘pediu’ a uma pastorinha portuguesa para lhe consagrar o mundo (o dobro do atribuído a Portugal pelo Tratado de Tordesilhas). Não dispondo a bem-aventurada de alvará para fazer consagrações, pediu ao Papa, que não privava com a Sr.ª de Fátima, e acabou por fazê-lo a rogo da vidente.

O bispo jubilado Inácio Dominguez, de 81 anos, revelou que na cidade galega de Tuy, outro dos seus desterros, “muitíssima pouca” gente sabe que a vidente viveu lá e teve como visão a Santíssima Trindade que, na sua opinião, é de todas a mais importante do ponto de vista teológico.

Ver a Santíssima Trindade (Deus-Pai, Jesus e a Santíssima Pomba) de uma só vez é um milagre que arrasa a concorrência.

Ditosa Pátria que produziu tal santa!

5 de Maio, 2017 Carlos Esperança

Fartar, vilanagem!

Comentário de

E – Pá

O clima da ‘liberdade religiosa’ embora esteja recheado de pontuais incidentes não é preocupante. Vive-se uma abertura que nada tem a ver com o antes do 25 de Abril.

Todavia, para além da liberdade religiosa formal existe um outro terreno absolutamente minado. Trata-se dos privilégios que uma das religiões disfruta, baseado num estatuto consuetudinário e alicerçado numa atávica inércia gravitante ao redor de uma arreigada tradição. A Lei da Liberdade Religiosa (Lei 16/2001 link) logo no seu artigo 2º estipula o princípio da igualdade entre as religiões e os seus praticantes, banindo os privilégios, os benefícios, as isenções, as perseguições, as privações de direitos e deveres.

Não é esta a realidade nacional nem a prática quotidiana no (separado) relacionamento entre o Estado e as religiões.

A garantia de privilégios e discriminações, sejam quais forem os argumentos, por parte da ICAR, e o recurso a acordos e tratados internacionais, dos quais o mais gritante é a existência de uma Concordata (revogada ou não), constitui um sério revés – quando não uma incompatibilidade – para a aplicação da Lei da Liberdade Religiosa.

O País que desde a sua fundação prestou vassalagem ao Vaticano (ou a Roma) cumprindo o estipulado para a época e ainda por cima pagava para beneficiar da ‘divina protecção’ (Sancho II é um exemplo desta ‘obediência’).

O mesmo País que pretendeu divulgar (e justificar) a saga dos Descobrimentos como sendo ‘a dilatação da Fé e do Império’ agiu com a hipócrita subtileza missionária para esconder propósitos expansionistas.

Finalmente, não deve ser esquecido que instituímos cá dentro uma Inquisição, que durou 250 anos, tornando-se uma das mais longevas da Europa e que dilacerou o País com um secular conflito entre cristãos e judeus que ainda hoje revelam persistentes cicatrizes.

No presente, para além da vigência de uma injustificável Concordata verifica-se que esta mesma suporta (abre portas a) um sinuoso regime de financiamento público de actividades (religiosas, caritativas e sociais) sem qualquer controlo contabilístico oficial e em concomitância com um interminável rol de isenções fiscais, absolutamente obsceno, enquanto os seus ‘fiéis’ estão a ser esmagados por uma brutal carga fiscal. Um perverso mecanismo de ‘solidariedade fiscal’.

Interessaria compreender, por exemplo, como foi possível que a Caritas de Lisboa, durante os difíceis anos de crise foi capaz de juntar um vultuoso saldo (2,4 milhões de euros link), na sua conta corrente, como uma prudencial ‘almofada financeira’.

Almofadas há muitas (como os chapéus) mas a confusão entre elas é torpe e aviltante, servindo para enganar incautos. Transformar uma almofada financeira numa prestação social é um puro malabarismo, ou então, entrando nas questões de fé, um ‘milagre’. Na verdade, o crescimento exponencial do chamado Terceiro Sector (social) que se verificou na recente crise, em nítido contra-ciclo, no contexto económico nacional (recessivo), revela tratar-se de uma área completamente (voluntariosamente) desregulada, como convém ao modelo liberal e onde a ‘caridadezinha’ avulsa, circunscrita e, muitas vezes, seletiva, abafa e estrangula a necessária universalidade da solidariedade social.

Existem, no terreno, muitos ‘players’ em roda livre: Misericórdias, Mutualidades, IPSS, ONG´s, Fundações, etc. …

Fica por divisar se este 3º. sector – muito informal – está (ou não) a formatar uma economia paralela e o Estado, imprudentemente, a ‘ajudar’ a desenvolver esta iniquidade.