23 de Abril, 2017 Carlos Esperança
Produções Vaticano, S. A.
Com a participação do CEO da multinacional da fé.
Com a participação do CEO da multinacional da fé.
…mas aprenderam a obrar milagres em defunção.
Não respeito crenças, apenas crentes e, mesmo estes, sem perder a vigilância cívica que as suas associações exijam. Abdicar da defesa da liberdade democrática e da civilização, é um suicídio que deixa livres as mãos de quem as usa para as combater.
O respeitinho é muito bonito, se queres ser respeitado respeita os outros, as crenças são sagradas, graças a Deus muitas e graças com Deus poucas, são algumas das frases com que se pretende embotar o espírito crítico, limitar o direito de expressão e perpetuar as mais intoleráveis tradições.
Se a crença, por mais tola que seja, é uma inofensiva convicção pessoal, merece apenas um sorriso, mas se à crença corresponde uma ação, devemos avaliá-la e, eventualmente, combatê-la.
Não se pode condescender com crenças alternativas sobre a higiene ou a epidemiologia. Por que motivo hão de aceitar-se crenças que defendem o assassinato para a apostasia, o trabalho ao sábado, a blasfémia, o adultério feminino ou que exigem a conversão ao seu Deus, nem que seja à bomba?
Pode condescender-se com quem recusa uma transfusão de sangue e põe em risco a sua vida, mas não se pode tolerar quem recusa as vacinas e põe em causa a vida dos outros.
Há um eterno conflito entre os direitos individuais e os interesses coletivos que cabe aos Estados compatibilizar de acordo com os avanços civilizacionais. A Humanidade ganha sempre quando enfrenta os dogmas e perde quando os aceita.
Tudo o que é afirmado sem provas pode igualmente ser contestado sem elas. A alegada vontade de Deus não pode ser aceite se alguém a tentar impor aos outros. Deus pode ter criado o mundo em seis dias, ter descansado ao sétimo e nunca mais ter feito o que quer que fosse, mas ninguém tem o direito de impor semelhante crença a quem a recuse.
A autoridade das religiões em questões morais depende da comprovação dos factos em que a sua doutrina assenta. Se a fé é a única razão invocada, não há razão para substituir por outros, os modelos de racionalidade elaborados por quem cultiva a razão e confia na ciência, sem recurso a seres hipotéticos ou à espera de outra vida para além da morte.
Estamos a viver um tempo em que as crenças ameaçam a sobrevivência da Humanidade.
O proto-califa MaomÉrdogan e a democracia
O desejo do Presidente turco era mudar a Constituição e sepultar a herança de Atatürk. A seis anos do centenário da República laica, o Irmão Muçulmano a quem a UE e EUA outorgaram sucessivamente o epíteto de democrata muçulmano, acabou de transformar a natureza do regime.
No domingo, com o referendo duvidosamente democrático, em estado de emergência e com fortes suspeitas de irregularidades, Erdogan chamou a si os poderes do PM, cargo ora extinto, e iniciou a caminhada para se manter no poder até 2029.
O partido islamita (AKP) confundia-se com o Governo e o Estado. Erdogan usou-o para asfixiar as liberdades, perseguir opositores e abolir a laicidade. Agora, com os Tribunais subjugados, o Parlamento diminuído nas funções, as Forças Armadas expurgadas e o poder executivo concentrado nas suas mãos, a democracia é uma farsa à espera das leis corânicas.
A República constitucional democrática, secular e unitária foi derrotada no domingo e a herança de Atatürk, que reprimiu os xeques e libertou as instituições turcas de Maomé, o ‘beduíno analfabeto e amoral’, terminou.
Não mais se ouvirão as palavras do fundador da Turquia moderna: “São os professores, somente eles, quem libertam os povos e transformam as coletividades em verdadeiras nações”. Erdogan pretende restabelecer a pena de norte e virar-se para Meca. A paz na Síria fica mais difícil, os curdos mais ameaçados e a Europa apavorada, sob chantagem, com 4 milhões de refugiados na Turquia.
A ditadura islâmica está em marcha. Sob o poder de Erdogan os cinco pilares do Islão sustentam o regresso ao califado. MaomÉrdogan é o paradigma de uma ambição que o Ocidente amamentou num país que tem o maior exército da Nato fora dos EUA e o seu maior arsenal nuclear estacionado na Turquia.
COMISSAO DA LIBERDADE RELIGIOSA
Exmo. Senhor
Director do Agrupamento de Escolas de
Alfândega da Fé
5350-023 ALFÂNDEGA DA FÉ
Sua referência Sua comunicação de Nossa referência Data
ASSUNTO’ Exposição apresentada por encarregados de educação do 1 0 ciclo na Ebl de Alfândega da Fé
Exmo Senhor Director,
A Comissão da Liberdade Religiosa é um órgão independente de consulta da Assembleia da República e do Governo e tem competência no âmbito da protecção do exercício da Liberdade Religiosa, de controlo da sua aplicação, nos termos, designadamente da alínea e), do arto 3 0 do Decreto-Lei n o 308/2003, de 10 de Dezembro.
Deste modo, na sequência do envio de e-mails de dois encarregados de educação e do Presidente da Associação Ateísta Portuguesa, em que referem ensaios nas aulas de música para a Missa Pascal, realizada dia 3 de Abril de 2017, cumpre-nos solicitar a V. Exa. informação mais precisa sobre a situação reportada e designadamente quais as alternativas apresentadas para os alunos que não pretendiam fazer parte da referida actividade religiosa.
Com os meus melhores cumprimentos
José Vera Jardim
Presidente da Comissão da Liberdade Religiosa
Av. Fontes Pereira de Melo, no. 7 a 13 – 70. Esqo– 1050 — 115 Lisboa — Portugal
( 2,51 21 324 2343 Fax : ( 351 21 324 23 41 E – mail: clraclr.mi.Dt – www.clr.mi.Dt
22/1/1884 – Nasceu em Vila Nova de Ourém,
Artur de Oliveira Santos,operário funileiro, escritor, jornalista e político republicano, propagandista fundador do Centro Republicano Dr. António José de Almeida, anticlerical militante, combateu a mistificação de Fátima e foi ele quem inquiriu os pastorinhos, enquanto pres. da C. M. de Ourém, sendo acusado pela igreja de ter raptado os pastorinhos e de os ter ameaçado de os “fritar em azeite a ferver” se não dissessem a verdade.
Viveu exilado em Espanha, iniciado maçon em 1907 no Triângulo de Vila Nova de Ourém, com o nome simbólico de Xavier, em 1924 passou a fazer parte da Loja Acácia, de Lisboa.
27/6/1955 – Morreu em Lisboa, Artur de Oliveira Santos, maçon.
“O professor não era grande coisa… era republicano. E só ensinava a ler, não ensinava a escrever.”
– irmã Lúcia
E o mais certo era também ser maçónico, que horror!
O Diário de uns ateus é o blogue de uma comunidade de ateus e ateias portugueses fundadores da Associação Ateísta Portuguesa. O primeiro domínio foi o ateismo.net, que deu origem ao Diário Ateísta, um dos primeiros blogues portugueses. Hoje, este é um espaço de divulgação de opinião e comentário pessoal daqueles que aqui colaboram. Todos os textos publicados neste espaço são da exclusiva responsabilidade dos autores e não representam necessariamente as posições da Associação Ateísta Portuguesa.