Os conventos irlandeses e os seus esqueletos
As instituições que operam à margem do escrutínio público e do controlo judicial, tornam-se incompatíveis com o Estado de Direito.
As instituições de direito canónico tanto podem permitir o poder arbitrário dos bispos como o exercício discricionário da madre superiora de um convento de freiras ou do superior de uma casa de reclusão de frades.
É impossível saber se as pessoas que numa determinada altura se comprometem à clausura e a outras regras de discutível legitimidade, permanecem eternamente de livre vontade, e se o que é exposto como renúncia voluntária a direitos inalienáveis não passa de cárcere privado.
Os conventos irlandeses foram os principais aceleradores do processo de secularização em curso, tal a dimensão dos escândalos, a prepotência sobre as vítimas e o sadismo que vieram a público.
Já conhecíamos o encerramento de conventos por ordem judicial e a libertação de freiras que os tribunais devolveram à vida normal depois de muitos anos de sofrimento e humilhações.
A descoberta de esqueletos de largas centenas crianças de tenra de idade saltam agora do armário do sigilo pio para vergonha das instituições religiosas e horror das pessoas normais.
É o começo de um filme de terror num antro da fé e da reclusão que certamente se multiplica pelos vários conventos de freiras da piedosa Irlanda.
O Papa Francisco não merecia que lhe servissem mais este pesadelo.
Perfil de Autor
- Ex-Presidente da Direcção da Associação Ateísta Portuguesa
- Sócio fundador da Associação República e laicidade;
- Sócio da Associação 25 de Abril
- Vice-Presidente da Direcção da Delegação Centro da A25A;
- Sócio dos Bombeiros Voluntários de Almeida
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- Colaborador do Jornal do Fundão;
- Colunista do mensário de Almeida «Praça Alta»
- Colunista do semanário «O Despertar» - Coimbra:
- Autor do livro «Pedras Soltas» e de diversos textos em jornais, revistas, brochuras e catálogos;
- Sócio N.º 1177 da Associação Portuguesa de Escritores
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