5 de Outubro, 2016 Carlos Esperança
Viva a República!
A lenta e inexorável morte das monarquias é um avanço civilizacional irreversível. Os povos já não toleram o poder hereditário e vitalício, resquício medieval que insistia na origem divina do poder para justificar a iníqua existência.
Há países civilizados e democráticos, habituados ao sufrágio periódico do poder, onde o regime monárquico perdura, mas esvaziaram-no de conteúdo e mantêm-no como mero ornamento e/ou atração turística, reduzindo-o à pompa e circunstância que consentem os seus governos, estes legitimados pelo voto popular.
Em 4 de outubro de 1910, com exceção da França, todos os países europeus eram ainda dominados por monarquias. A Revolução do 5 de Outubro, em Portugal, foi pioneira do advento das repúblicas. Hoje existem 12 monarquias na Europa, sendo a espanhola uma regressão imposta pelo genocida Francisco Franco que mandou educar nas madrassas da Falange, para lhe suceder, Juan Carlos, descendente dos Bourbons.
Hoje, em todo o mundo, há menos de 50 monarquias e 16 têm um ornamento comum, a rainha inglesa Isabel II. Monarquias absolutas, além da teocracia do Vaticano, existem 5: Arábia Saudita, Omã, Emirados Árabes Unidos, Qatar e Brunei.
Portugal deve à I República a grande preocupação com a instrução pública, num país que a monarquia legou analfabeto e beato, e a promulgação as de leis imprescindíveis e emblemáticas: Registo Civil obrigatório, separação da Igreja e do Estado e divórcio.
O 5 de Outubro, é a matriz do regime e o marco histórico que a ignorância, indiferença e má fé, conjugadas, anularam como feriado.