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Ego, hedonismo e liberdade. O percurso da humanidade para a extinção.

Por

Paulo Franco

Está a acontecer, neste momento, a sexta extinção em massa no planeta Terra e a causa do problema está identificado: 7 335 milhões de seres humanos.

Se quisermos compreender porque é que o mundo chegou ao estado caótico em que se encontra, temos de olhar para o que nos definiu enquanto espécie: a evolução.

A evolução criou 3 grandes linhas condutoras do comportamento humano:
Ego, hedonismo e liberdade. E a avidez insaciável como procuramos satisfazer todas elas conduziu-nos ao abismo.

O nosso egocentrismo, o nosso hedonismo e a procura insaciável de liberdade são características que nos definem enquanto espécie, mas como nós somos apenas uma espécie entre todas as outras ligadas entre si por uma cadeia infindável que percorreu um longo processo evolutivo de milhares de milhões de anos, também as outras espécies partilham connosco estas características definidoras dos seus comportamentos.

Estas 3 linhas condutoras do nosso comportamento foram seleccionadas pela evolução precisamente porque são as que melhor servem os propósitos da luta pela sobrevivência, mas são também por causa delas que o mundo está a assistir silenciosamente à sexta extinção em massa e que, inevitavelmente, colocar-nos-á também a nós à beira da extinção.

Sendo verdade que, enquanto espécie, conseguimos o desenvolvimento que conseguimos graças a um esforço conjunto, nunca deixamos de evidenciar um tribalismo primário idêntico ao dos nossos “primos” pré-históricos. O sistema capitalista tem ajudado a aprimorarmos cada vez mais a nossa propensão natural para o individualismo(egocentrismo) e busca incessante de prazer (Hedonismo). Arrogantes e convencidos de que somos livres de dominar todo o planeta e todas as espécies, invadimos todo o território terrestre colocando em perigo milhões de espécies.

Como nós, mais do que qualquer uma das outras espécies, somos irrefreáveis no nosso hedonismo compulsivo, nada nos parece conseguir deter na avidez com que desbaratamos os recursos do planeta. Se a esta realidade, somarmos o facto catastrófico do excesso de população (mais de 7 biliões actualmente e previsão de 10 biliões para o ano 2100), a rápida desflorestação do planeta e o aquecimento global com as previsíveis alterações climáticas daí consequentes, poderemos compreender porque é que desde a extinção dos dinossauros à 66 milhões de anos que não se observava um tão rápido desaparecimento de espécies (100 vezes mais rápido do que seria natural).

Actualmente, todos os dias, milhares de pessoas fogem da guerra, da fome e da pobreza extrema e invadem os países europeus que fazem fronteira com o continente africano e asiático. Esta catástrofe humanitária é apenas uma pequena amostra do que acontecerá no futuro. Numa escala muito maior, milhões de pessoas terão de abandonar as suas casas devido à impossibilidade de lá poderem viverem.
Alterações climáticas, guerras, aumento do nível da água dos oceanos, escassez de recursos mínimos de sobrevivência serão as causas prováveis para esse terrível acontecimento.

Qual a solução? Só existe uma: encontrar mais 3 ou 4 planetas Terra e deslocarmo-nos parcialmente para lá. Jamais conseguiremos mudar a natureza humana. Podem fazer as campanhas de sensibilização que quiserem. Jamais o ser humano deixará de querer satisfazer o seu ego, nunca deixará de ser um hedonista compulsivo e um animal feroz ávido de liberdade.

“Vou dizer-lhe um grande segredo, meu caro. Não espere o juízo final. Ele realiza-se todos os dias”. (Albert Camus)

Perfil de Autor

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- Ex-Presidente da Direcção da Associação Ateísta Portuguesa

- Sócio fundador da Associação República e laicidade;

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- Vice-Presidente da Direcção da Delegação Centro da A25A;

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- Colaborador do Jornal do Fundão;

- Colunista do mensário de Almeida «Praça Alta»

- Colunista do semanário «O Despertar» - Coimbra:

- Autor do livro «Pedras Soltas» e de diversos textos em jornais, revistas, brochuras e catálogos;

- Sócio N.º 1177 da Associação Portuguesa de Escritores

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