Padres mexicanos com companheiras
No México, país que o Papa João Paulo II deverá visitar em Julho, também começam a ser conhecidos casos de padres faltosos, sendo voz corrente, por exemplo, que existe um número significativo, mas ainda desconhecido, de prelados que têm companheiras. Por outro lado, recentemente, Alberto Athié, padre, assessor do Conselho Episcopal Latino-americano, alertou para o facto de no México “também existirem casos de padres violadores de menores que foram transferidos pelos seus superiores para outras paróquias para evitar o escândalo”.
Segundo Athié, “a igreja dos EUA não é mais nefasta do que as outras. É a primeira que enfrenta o problema. Vamos entrar numa fase muito complicada como comunidade, mas necessária para a nossa purificação. Este assunto também vai afectar o México mais tarde ou mais cedo”.
Mas, no México, sobretudo no interior do país, apesar da obrigatoriedade do celibato dos padres, há uma certa dose de tolerância perante os prelados que mantêm relações com mulheres. Sintomático disso mesmo é o caso de Manuel Marinero, antigo pároco de San Bartolo Coyotepec. Depois de 24 anos como padre, Marinero revelou aos seus paroquianos, em 1997, que se tinha apaixonado pela psicóloga Alma Patricia Ramirez, que conhecera em 1995. Casaram-se, tiveram dois filhos e, ainda hoje, Marinero é tratado como se continuasse a ser o padre desta aldeia de 750 famílias, apesar de o Vaticano ter decidido afastá-lo do exercício do seu ministério. E quando a hierarquia católica local disse a Marinero para sair da casa paroquial que ocupava, os habitantes de San Bartolo fizeram frente à decisão, lembrando que a casa era propriedade da aldeia, localizada nos arredores de Oaxaca.
Assim se confirma que muitos paroquianos do México, sobretudo nas zonas rurais, aceitam sem questionar estas “facadas” no celibato.
D. N. 15-05-2002
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