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Mês: Julho 2015

6 de Julho, 2015 Carlos Esperança

O crime do desmembramento da Jugoslávia

O país europeu onde nasceu o jihadismo moderno

‘Batalhão mujahideen’ que lutou na guerra da Bósnia nos anos 1990 treinou futuros membros da Al-Qaeda e pode estar relacionado a combatentes bósnios no EI.
Mark Urban Editor de assuntos diplomáticos e de defesa do programa Newsnight, da BBC
Combatentes islâmicos da Bósnia-Herzegovina (Foto: BBC)Combatentes da Bósnia-Herzegovina (Foto: BBC)

Nos anos 90, aconteceu, na região central da Bósnia-Herzegovina, algo que pode ajudar a explicar por que este país tem, agora, mais homens lutando na Síria e no Iraque (mais de 300), proporcionalmente a sua população, do que a maior parte dos países europeus – um conflito armado envolvendo a ex-Jugoslávia (hoje, Sérvia) e a Croácia, que durou de 1992 a 1995.

6 de Julho, 2015 Carlos Esperança

O embuste é a pricipal exportação

Vaticano investiga milagre de Madre Tereza de Calcutá em Santos
Um homem internado em estado terminal em um dos hospitais da Cidade teve a cura alcançada.
FERNANDA HADDAD

Um milagre que pode ter ocorrido em Santos é investigado pelo Vaticano e pode resultar na canonização da Madre Teresa de Calcutá. Um homem internado em estado terminal em um dos hospitais da Cidade teve a cura inexplicavelmente alcançada, segundo a Cúria Diocesana de Santos.

Diário de uns Ateus – E descobriram que foi a madre Teresa e não o JP2.

5 de Julho, 2015 Carlos Esperança

Primeira comunhão (Crónica)

Meio século depois vêm-me à memória as doces catequistas da minha infância. A menina Aurora e a sua Tia Ricardina ambas solteiras de muitos anos e beatas de quase tantos outros. Lembro-me do fervor com que me ensinaram a odiar os judeus porque mataram Cristo, os maçons porque perseguiam a igreja e os comunistas porque eram ateus. Recordo o entusiasmo que punham nas orações para que Deus iluminasse os nossos governantes e lhes desse longa vida, apelos ouvidos apenas no que diz respeito à segunda parte.
Nas aulas de doutrina explicavam-me a cor do firmamento, ao pôr do sol, como sendo o sinal de que os comunistas iam matar os cristãos, conforme a Irmã Lúcia tinha revelado, e eu, tão estúpido, que não deixava de ser cristão, com maior medo do Inferno e das suas labaredas, onde apenas se ouviam gritos e ranger de dentes, do que da morte que os ditos comunistas me preparavam.

Penso que era o medo da revelação do 3.º segredo de Fátima que me toldava a razão e me deixava manietado para outras reflexões. Sabia que Deus estava muito zangado, do mesmo modo que toda a gente o sabia, por ouvirmos dizer, bem entendido, e que devíamos rezar o terço para lhe aplacar a ira contra os que não eram crentes mas, não sei porquê, quem pagava éramos nós, talvez por Ele não ter jurisdição nos que não acreditavam, mas isso não podia ser porque Deus era omnipotente, eu só não percebia a obsessão da nossa parte em assumirmos culpas alheias e fazer pagamentos por conta, o motivo de termos de expiar os pecados alheios, isso na época não me admirava, havia muita solidariedade, eram grandes os sentimentos que nos animavam e nobres as devoções a que nos dedicávamos. Assim salvássemos a nossa própria alma de ser frigida no azeite das profundezas, combustível de sabor mediterrânico que alimentava os meios de produção da eterna justiça a cujo suplício estavam destinados os condenados.

Valia-me a certeza de fazer parte dos poucos, poucos é a gente a falar pois na aldeia eram todos, que podiam aspirar à bem-aventurança eterna. A nossa religião era a única que conduzia à salvação, todos os outros estavam errados e faziam muito mal em não se converter. A Santa Madre Igreja, Católica, Apostólica, Romana, estava aberta, nunca compreendi como é que podia haver quem se negasse à conversão e ao caminho da santidade que lhe eram oferecidos, como é que alguém podia duvidar de que o papa fosse o sucessor de Pedro e o representante de Cristo na Terra bem como serem os Senhores Bispos os sucessores dos Apóstolos! Como era possível que os judeus se não arrependessem de ter assassinado Jesus Cristo e persistissem no erro, que os moiros teimassem em permanecer infiéis, vá-se lá perceber a razão de ser mais fácil persistir no erro do que aceitar a salvação. Era tão difícil o entendimento, sobretudo a quem não conhecia a outra parte, e ainda bem, pois era dever de um cristão converter os outros ou, se eles o não quisessem, usar meios adequados para livrá-los do erro.

Por sua vez o Sr. Padre, depois da me ter examinado e aprovado no exame da catequese, declarou-me em condições de iniciar os preparativos para a primeira comunhão. De novo as catequistas se encarregaram de me preparar para a desobriga que a precedia. Foi durante a confissão que, genufletido, depois de uma oração preliminar, me convidou a contar-lhe os pecados. Esforcei-me por recordar as vezes que tinha posto o dedo na malga da marmelada sem saber se de um só pecado, repetido, se tratava ou de tantos quantas as incursões no vaso onde se guardava uma guloseima castanha e muito doce à espera de tentar uma criança. Dava voltas à memória para saber se tinha alguma vez mentido, se tinha maus pensamentos – e isso tinha –, pensava em partir o pião dum colega acertando-lhe com o ferrão do meu, se tinha pecado por palavras ou obras, indiscutível matéria de reflexão e arrependimento, pois eu conhecia palavras feias que não cabia a um cristão pensar e muito menos pronunciar. Mas não era disso que cuidava o Sr. Prior na longa confissão, que eu entendi como proporcional à dimensão dos pecados ou, na melhor das hipóteses, como deferência para com o filho da Sr.ª Professora, mas eu não pensava nesta possibilidade, pois as crianças não são sensíveis à deferência nem à divisão em castas. O reverendo cuidava saber se eu praticava o pecado solitário, maldade de cujo ensinamento o medo que as outras crianças tinham da professora me havia até então livrado, e, perante a minha ignorância, preveniu-me piedosamente por antecipação, antes é que vale a pena não é depois do mal feito, preveniu-me – dizia – dos riscos da cegueira a que podia conduzir-me esse pecado, risco que me afligia bastante, bem como da tuberculose que, apesar da gravidade à época, eu não estava em condições de avaliar.

Perguntou-me ainda se eu fazia marranices, palavra com que acabava de me enriquecer o léxico, o que me deixou perturbado por ser um pecado que eventualmente eu cometesse sem saber, possibilidade de elevado grau de probabilidade pois aos pecados confessados não fora dada importância e aos pecados desconhecidos era dada uma particular e desvelada atenção, aumentando-me a ansiedade e sentimento de culpa, tanto maior quanto mais profunda era a minha ignorância. Explicou-me que o dito pecado era pôr-me em cima das raparigas e fazer zumba, zumba, zumba… e ficou ali a repetir a palavra algum tempo, como se tivesse esquecido o que estava a dizer, até ter recuperado a tranquilidade e ter-me mandado rezar o ato de contrição, que eu tinha na ponta da língua, completamente desinteressado já dos pecados de que eu carecesse de aliviar-me para salvação da alma.

Levei ainda de penitência uns tantos pai-nossos e ave-marias, coisa de pouca monta que me levou a acreditar que os pecados não eram tão pesados nem difíceis de expiar como eu tinha imaginado. A penitência foi cumprida nessa noite antes de adormecer, ansioso pela chegada da meia-noite, hora canónica a partir da qual não podia tomar qualquer alimento sólido ou líquido antes da comunhão onde ia receber pela primeira vez o corpo de Nosso Senhor que, não sei como, cabia numa rodela finíssima de pão ázimo sem fermento nem sal, ainda por cima partida em pedacinhos de que só me coube uma insignificância, de paladar péssimo, que não podia tocar com os dentes, não fosse morder o Senhor, e aquilo colou-se-me ao palato e eu tinha medo de levar lá a língua que podia incomodar Nosso Senhor, que devia ser muito suscetível, e eu a debater-me com aquele pedacinho de farinha que teimava em não se desfazer, mais parecia borracha com cola, mas que eu bem sabia que tinha um alto valor nutritivo como alimento da alma, embora me não desse conta, mas disso estava prevenido pela menina Aurora e pela sua Tia Ricardina, bem como pelo Sr. Prior que na véspera veio pela segunda vez examinar-nos e confirmar a nossa preparação para recebermos Nosso Senhor. Quem não estivesse preparado não era digno, eu era, por ser o melhor aluno da catequese, mas pareceu-me que os menos preparados se deram melhor com a sagrada partícula de que se aliviaram mais cedo do que eu e, de qualquer modo, não tinha havido reprovações.

Não sei se a comunhão me purificou a alma, mas sei que me estimulou o apetite. Foi com uma fome imensa que assisti ao fim da cerimónia da santa missa sem me dar conta que a gula, que começava a devorar-me, era obra do demo que aguardava, para tentar-me, provavelmente possesso, se é que o demónio pode estar possuído dele próprio, ou talvez desesperado na luta quotidiana entre o bem e o mal, qual lutador que não se resigna a atirar a toalha ao ringue, mesmo quando o combate é desigual, quando a alma se tonifica pela oração, penitência e comunhão que são poderosos demonífugos que obrigam o mafarrico a redobrados trabalhos para não perder a quota de mercado a que se julga com direito.

Antes de correr para casa em busca de vitualhas com que pudesse saciar a fome de dezasseis horas de jejum não me esqueci de me persignar, depois de ter molhado de água benta os dedos, mergulhados na pia de pedra que saía da parede ao lado da porta da igreja, água que, apesar do aspeto, pelas propriedades intrínsecas, havia de ser um poderoso desinfetante para as moléstias da alma e um profilático precioso para as tentações que o demo, na sua permanente vigilância e incansável dedicação ao trabalho, não deixaria de fazer.

E eu conhecia o segredo da água benta por tê-la visto preparar pelo Sr. Padre que se paramentou de propósito e transformou um cântaro de água vulgar na dita água benta através das modificações induzidas pelas rezas que acompanharam os sinais cabalísticos, cruzes imaginárias desenhadas no ar, por cima do dito cântaro, enquanto alguns garotos seguíamos com o olhar os tais sinais para ver quando se dava o salto dialético, isto é, a mudança da quantidade em qualidade, ou seja a mudança da água vulgar em benta, sem sabermos ao tempo o que era isso de salto dialético, mas sabendo reconhecer a diferença entre uma e outra, o que era muito mais importante para a eternidade a que não podemos fugir, e bem mais decisivo para a salvação da alma, que estas sociedades modernas querem fazer crer tratar-se de anacronismo, mas que não é, que o diga a Irmã Lúcia que na opinião do Prof. João César das Neves é uma intelectual que os outros intelectuais, que o não são, não aceitam, por arrogância ou despeito, por não terem sido chamados à santidade, vá-se lá saber o motivo, o Professor também não explica lá muito bem, mas sabemos que tem razão, pois até já escreveu vários livros e foi consultor do Prof. Cavaco e não se cansa em meios bastante hostis de alertar para a salvação que hoje, tal como no meu tempo de criança, devia ser um objetivo primordial, mas as pessoas estão menos interessadas no que diz o Papa que nos livrou do comunismo do que na Televisão, que só diz mentiras, e no que afirmam os políticos que são todos uns corruptos e mentirosos que dizem coisas diferentes do que vem na santa Bíblia e, por isso, não podem dizer verdades, e só falam no bem estar material, como se o bem estar material interessasse alguma coisa, como se a alma não fosse o bem mais precioso que as pessoas têm, mas, enfim, estamos a chegar ao fim do mundo e as pessoas não acreditam, a mensagem de Fátima é bem explícita, mas as pessoas não a compreendem, nem sequer compreenderam Sua Santidade quando anunciou o terceiro segredo, mesmo os peregrinos estavam desatentos e não compreenderam, vá-se lá pedir aos outros que compreendam, para isso é preciso ter sido tocado pelo dom da fé que cada vez falta mais, bem pode esforçar-se Nosso Senhor, se os homens não quiserem, depois não digam que não foram avisados.

In Pedras Soltas (Esgotado) – Ed. 2006.

4 de Julho, 2015 Carlos Esperança

A demência continua

O Islão transformou-se numa religião pior do que os dois primeiros monoteísmos.

Como de pode ver aqui.

4 de Julho, 2015 Carlos Esperança

O Estado Islâmico e a cultura

Estado Islâmico saqueia sítios arqueológicos em escala industrial
Segundo a Unesco, tesouros estão sendo vendidos a intermediários.
Um quinto dos 10 mil sítios históricos iraquianos oficiais foram pilhados.

Da Reuters

 

ESTADO ISLÂMICO
O que está por trás do grupo radical

Os militantes do Estado Islâmico estão saqueando sítios arqueológicos na Síria e noIraque em escala industrial e vendendo seus tesouros a intermediários para levantar fundos, disse Irina Bokova, chefe da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco, na sigla em inglês), nesta quinta-feira (2).

3 de Julho, 2015 Carlos Esperança

Indignidade cívica

Ministro_bispo

 

Quando um ministro lambe a mão de um clérigo não é apenas o homem que dobra a coluna, é o réptil que insulta a laicidade, humilha a República e trai o País.

 

3 de Julho, 2015 Carlos Esperança

O Estado Islâmico e a civilização

O Estado Islâmico (EI) começou a inovar a interpretação do Corão, o manual terrorista que absorveu o pior que o Antigo Testamento legou aos monoteísmos. A decapitação já usada contra hereges estrangeiras, foi aplicada pela primeira vez contra mulheres sírias acusadas, tal como os maridos, de feitiçaria.

O EI lançou ataques simultâneos contra vários localidades sírias e conquistou à milícia curda uma área importante da cidade de Tel Abyad na fronteira turca e não parará aí. O terror é a vitamina do êxito, capaz de unir o Islão no ódio contra a civilização, na orgia de sangue que usa armas sofisticadas e tecnologia de ponta.

É o grito de raiva da civilização árabe falhada, capaz de unir turcos, caucasianos, persas e árabes na sujeição a Maomé, beduíno boçal e amoral, a quem o arcanjo Gabriel ditou a cópia grosseira dos monoteísmos anteriores – o Corão –, no trajeto de Medina a Meca.

A decadência árabe criou o EI nos escombros do Iraque, arrasado pela demência de um cruzado evangélico que teve na subserviência dos cruzados romanos que explicitavam a sua fé, Blair, Aznar e Barroso, os cúmplices na mentira e no crime, ao arrepio da ONU.

No dia 29 de junho, data do primeiro aniversário da criação do Califado, esperava-se já a comemoração festiva que a demência pia impõe – atos de terrorismo que deixam Alá a babar-se de gozo e Maomé a percorrer a geografia de todas as virgens que há de ter ao seu dispor, no Paraíso.

Sobra aos combatentes do EI tudo o que nos falta, determinação, competência e fé, por mais estulta que seja a última. São especialistas a causar pânico, quer na Tunísia com a matança de turistas, quer nas mesquitas xiitas do Iémen e da Arábia Saudita ou, apenas, com a decapitação de um cidadão em França, em nome do EI. Sobram jovens exaltados, de ambos os sexos, estimulados pela violência e êxito pio, a demandarem o Califado, aliciados em guetos, mesquitas, madraças e no ciberespaço.

Há um ano, o autodenominado Califa anunciou aos sunitas de todo o mundo o EI, como o seu Estado, e pediu que fossem construí-lo ou o apoiassem onde quer que estivessem. Foi o apelo à jihad ‘urbi et orbi’, em árabe. Os regimes despóticos xiitas tremem com a nova ditadura que não descura assistência às populações e é pragmática nas negociações com os chefes tribais. As democracias, apesar do pânico, fazem concessões ao Islão.

Ex-generais de Saddam Hussein treinam e comandam o exército muçulmano mais bem preparado e armado, capaz de aproveitar as tempestades de areia, com drones e satélites cegos, para conquistas furtivas. O exército iraquiano, desmotivado e cobarde, abandona armamento americano sofisticado e fardamentos, perante multidões famintas de um país a que destruíram o Estado e a quem o EI assegura a sobrevivência.

Há uma década que os servidores de uma ditadura laica, desempregados e perseguidos, vêm organizando, com êxito, um exército moderno ao serviço da mais funesta religião, perante o pavor e o desespero de quem vê ameaçada a civilização.

2 de Julho, 2015 Carlos Esperança

Em defesa do ceticismo filosófico

Por

Paulo Franco

No seu documentário sobre religião, “Religulous”, Bill Mayer defende a importância de duvidar, de ser cético. Não será difícil perceber quão genial é esta observação se fizermos um estudo estatístico da quantidade de mortes que acontecem quase todos os dias devido à ação tresloucada de indivíduos cheios de convicções indestrutíveis.

Dificilmente alguém pensaria em decapitar a cabeça a uma pessoa com convicções diferentes das suas se, qual golpe de lucidez, decidisse duvidar da moralidade e veracidade de certos versículos do Alcorão.

Dificilmente alguém pensaria em assassinar uma pessoa numa fogueira, queimando-a viva, se decidisse duvidar da veracidade e moralidade de determinados excertos bíblicos.

Jamais um jovem aceitaria colocar um cinto cheio de bombas à volta da cintura com o intuito de se fazer rebentar juntamente com outras pessoas se, por sorte ou sabedoria, decidisse duvidar da veracidade da vida depois da morte; ou decidisse duvidar da moralidade de poder vir a ter direito a usufruir sexualmente de 72 virgens no paraíso como prémio de assassinar 20 infiéis.

Numa forma de religiosidade mais prosaica e menos radical, também podemos afirmar que jamais alguém prestaria homenagem ou sentiria amor e devoção por uma qualquer entidade divina que fosse declaradamente machista, homofóbico, apoiante fanático da pena de morte ou totalmente intolerante em relação à liberdade de pensar, se porventura optasse por aderir aos melhores valores do humanismo.

Dentro da mesma linha de bem pensar, também jamais alguém ousaria rezar/rogar/implorar a um qualquer Deus, pedindo-Lhe ajuda para ultrapassar uma qualquer dificuldade banal sabendo que esse Deus deveria antes dar prioridade a salvar as mais de 20 000 crianças que morrem todos os dias no mundo.

Mas infelizmente o mundo não é composto apenas por pessoas mentalmente saudáveis.

O mundo está cheio de pessoas que não acreditam no Pai Natal porque acham improvável que alguém possa distribuir milhões de presentes numa só noite mas, incrivelmente, acreditam que existe um Ser que consegue prestar atenção às rezas sussurrantes de biliões de pessoas.

O melhor é duvidar.

O melhor é duvidar de quem afirma que o Amor mais puro vem de um Ser que criou um lugar infernal para castigar quem lhe é desobediente ou, simplesmente, indiferente.

O contrário do ceticismo é o dogmatismo. Seria viável alguém, preocupado em descobrir verdades sobre o mundo, ter uma atitude dogmática?

Todos os cientistas e todos os homens que procuram Grandes Verdades sobre as nossas origens, sobre a verdadeira essência do ser humano e sobre a natureza e modo de funcionar o universo tem, obrigatoriamente, de ser cético. Não há possibilidade de questionamento sem colocar tudo em causa.

” Eu sou um cético profissional. Vivemos num mundo de mentiras sistemáticas”. José Saramago.

“O ceticismo é a essência da inteligência” Vítor Hugo.