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Mês: Fevereiro 2015

6 de Fevereiro, 2015 Carlos Esperança

Deus e o seu alegado plano

Por

Paulo Franco

“Se uma décima parte do trabalho tido à procura de sinais de um Deus benevolente e todo-poderoso tivesse sido empregue na recolha de provas para denegrir o carácter do criador, que extensão de conhecimentos teria sido encontrada no mundo animal?
O mundo animal está dividido entre devoradores e devorados, e a maioria das criaturas predadoras estão prodigamente equipadas com instrumentos para atormentar as presas”.

Esta afirmação de John Stuart Mill deveria ser suficiente para demonstrar que o argumento do “desígnio inteligente” defendido pelos crentes, particularmente os literalistas bíblicos como as testemunhas de Jeová e os membros da igreja Evangélica, não passa de vãs ilusões.

Num dos mais conhecidos vídeos do youtube de humor antirreligioso com o título “A maior mentira de todos os tempos”, George Carlin desdenha brilhantemente sobre as exageradas declarações e promessas das 3 grandes religiões monoteístas. Analisemos algumas dessas “declarações”:

«Deus é todo poderoso e ama todos os seres humanos»; vivemos num mundo com um pouco mais de 7 biliões de seres humanos, dos quais cerca de 2 biliões vive na pobreza e na miséria. Por muito que se queira culpar o sistema económico capitalista de promover as desigualdades económicas, não podemos ignorar que muita da pobreza existente no planeta é consequência de desastres naturais e doenças das quais nenhuma responsabilidade se pode imputar à actividade humana.

Uma pergunta que deixa sempre os crentes sem resposta é a seguinte: se num mundo com 7 biliões de pessoas que beneficiam do amor e protecção de um Deus todo poderoso, que sabe tudo e vê tudo, tem 2 biliões de pessoas na miséria, quantos biliões de pessoas estariam na miséria se não existisse Deus? Dois biliões de pobres parece-vos compatível com a ideia de um Deus super sábio e absolutamente perfeito?

Outra questão pertinente: Um dos fenómenos mais extraordinários do universo são as colisões entre galáxias. Elas envolvem uma quantidade incrível de matéria e demoram uma eternidade, à escala humana, para que se concluam. Existem muitas colisões entre galáxias que estão a ser observadas por nós, neste momento.

Ora acontece que a galáxia Andrômeda está em rota de colisão com a nossa Via Láctea. Isto é certo que vai acontecer, independentemente se nós nos vamos auto-destruir ou não, ou se o Sol vai explodir antes disso acontecer ou não.

Será razoável acreditar que existe um Plano Divino por detrás da existência da raça humana tendo em conta que esta está, muito provavelmente, condenada à extinção?

Para além disso, hoje sabemos que, de todas as espécies que já existiram no planeta Terra, cerca de 99% já se extinguiram. Como poderemos considerar tudo isto como fazendo parte de um Plano Divino? Ou designa-lo como Desígnio Inteligente?

Se com o conhecimento de todos estes factos perturbadores, ainda assim acreditarmos que o universo foi criado com o objectivo principal de albergar a vida humana, isso só pode ser um sintoma de uma propensão doentia para o egocentrismo.

Mas a “cereja no topo do bolo” é que este Deus de que estamos a falar, para além da visível imperfeição da “sua” obra, ainda consegue albergar no seu vasto currículo, vários genocídios, aprovação de sacrifícios humanos, aprovação da escravatura, homofobia e misoginia, noções de justiça pré-históricas, aprovação da pena de morte e absoluta desaprovação da liberdade de pensamento.

Estamos assim tão desesperados para escapar da morte ao ponto de termos de acreditar em algo parecido com isto?

6 de Fevereiro, 2015 Carlos Esperança

A FRASE

«Exige a punição referida no Alcorão para os opressores corruptos que combatem Alá e o seu profeta: morte, crucificação ou corte de membros».

(Hhmed Al-Tayeb, principal autoridade muçulmana sunita sobre a morte do piloto jordano, in DN, ontem, pág. 8)

5 de Fevereiro, 2015 José Moreira

Da blasfémia

O insuspeito “Jornal de Notícias”publica, hoje, nas suas páginas, um interessante artigo de Francisco Teixeira, professor de filosofia, sob o título “Em Defesa da Blasfémia“. Permito-me transcrevê-lo, com a devida vénia e sem comentários.

 

“A questão da blasfémia é mais central do que pode parecer. Poder blasfemar e isso ser legal é assumir que os limites do real, aquilo que é divino e não pode ser tocado, afinal podem ser empurrados para trás e desse modo permitir ampliar os limites do que é ser humano. Temos, então, se queremos que o humano seja mais que uma cristalização logo no início, que nos define e definiu para todo o sempre, de insultar os deuses, as religiões e a sua pretensão de definição totalitária e absoluta. E sim senhor, a coisa não vai lá com proposições bem-educadas e trocas argumentativas de tipo académico. Sem uma ampla iconoclastia as religiões definem-nos para todo o sempre e não passaremos, para todo o sempre, de anjos de cera, a amarelecer no altar.

Basta uma relativamente simples análise histórica para perceber que a liberdade sempre se fez no confronto com o religioso, o divino e as igrejas. Foi esse confronto, ganho, pelo menos desde 1789, pelos democratas e liberais, que permitiu que as igrejas deixassem de ser a medida das consciências individuais e da própria ideia de religioso. Bem entendido, não há pensamento sem mediação e algum tipo de relação comunitária sempre terá que existir para que se possa pensar. Mas o fim do comunitarismo religioso obrigatório foi, é, uma condição necessária da liberdade. Se eu não puder imaginar outro Mundo, sem constrangimentos dogmáticos, nada é possível a que ainda se possa chamar humano.Se a blasfémia é dolorosa e tensa? Sim, claro que é. Porque a democracia é, por natureza, agónica e, portanto, tensional. Uma democracia de eterna primavera, sempre de céu azul e sem espirros ou constipações não é mais que uma democracia dietética, um fascismo suave, uma república do respeitinho e da higienização.

Precisamos, pois, de produtos com sal a mais, gordura a mais, sabores intensos e poderosos, paixões assolapadas e perdidas, que destranquem o humano e o real das naturalizações divinas e sacramentais.

Que, porém, seja o Papa Francisco a defender a proibição, e até a violência, contra a blasfémia, não nos deve surpreender. Francisco é um dos papas socialmente mais progressistas da ICAR, aprofundando vertiginosamente a doutrina social da Igreja. Mas nem Francisco é capaz de romper com dois mil anos de intolerância e medo da liberdade. Se todos são assim e pensam assim, na ICAR? Claro que não. Por isso mesmo é que a ICAR ainda é uma religião e não apenas uma máquina de obediência.

PROFESSOR DE FILOSOFIA”

5 de Fevereiro, 2015 Carlos Esperança

Das mesquitas nada se sabe

31/01/2015 23:48:00

Material explícito com crianças é encontrado dentro do Vaticano

Pornografia estava com duas pessoas

O DIA

Vaticano – Em meio a escândalos de pedofilia na Igreja em diversos países, o Vaticano descobriu dois casos de posse pornografia infantil entre seus muros no ano passado, como revelou ontem seu promotor público, Gian Piero Milano.

Os casos foram relatados pelo promotor de justiça em um documento de 50 páginas que foi lido para autoridades do Vaticano na cerimônia que marca a abertura do ano jurídico daquele estado.

4 de Fevereiro, 2015 Carlos Esperança

A barbárie islâmica

Los yihadistas queman vivo al piloto jordano que tenían como rehén

Un vídeo divulgado por los yihadistas muestra la quema, en una jaula, de Moaz al Kasasbeh, capturado en diciembre tras estrellarse su avión en Siria. Jordania ha confirmado la muerte del militar

GRABACIONES CON PUESTA EN ESCENA Y TECNOLOGÍA PUNTA Imagen del vídeo en el que aparece el rehén jordano. / REUTERS

Jordania se plantea la ejecución de varios islamistas en represalia

Fuentes de seguridad del país árabe dicen que la ejecución de la terrorista cuya liberación pedía el EI se producirá “en horas”

4 de Fevereiro, 2015 Carlos Esperança

“EM VERDADE VOS DIGO” – Crónica Ateísta (12)

Por

Onofre Varela

“Eu sou Charlie”

O hebdomadário satírico francês Charlie Hebdo foi alvo de um ataque cobarde e sangrento com a assinatura dos extremistas islâmicos, no dia 7 de Janeiro último. Os assassinos mataram “em nome de Deus”, alegadamente para “limparem o nome de Maomé” que, nas suas ópticas, teria sido conspurcado pelos desenhos satíricos dos caricaturistas.

Foi uma atitude assassina em desrespeito pelas liberdades democráticas, o que é acção habitual nas facções extremistas do Islão, com mais incidência desde a formação da Al Qaeda, organização terrorista islâmica nascida no Afganistão, com a liderança e o apoio
económico de Osama bin Laden, entretanto morto numa operação militar dos EUA, em Maio de 2011, mas que deixou seguidores. Não há quem lhes dê razão no acto que cometeram contra os jornalistas do Charlie, porém… (e neste “porém” é que reside o perigo) ouvi e li responsáveis católicos referirem como motivação da chacina a falta de respeito que o ocidente tem demonstrado pelos símbolos da fé islâmica!… Afirmo que tal observação é falaciosa.

Os caricaturistas respeitam Deus, Alá, Maomé e Jesus Cristo enquanto ícones religiosos. As caricaturas e as sátiras humorísticas em questão não são dirigidas à figura de Deus nem à dos seus profetas, mas sim aos extremistas que fazem malfeitorias em nome de Alá e Maomé. São as palavras e as acções destes extremistas que são criticadas, e não a divindade nem a própria religião islâmica. Aqui reside a diferença que os religiosos católicos mais fundamentalistas também não querem reconhecer por sentirem o seu fundamentalismo igualmente criticado.

Um extremista religioso é alguém com defeito de fabrico: tem os intestinos no crânio. Quando se mete a pensar e a actuar, só produz aquilo que os intestinos produzem. Perante esta espécie de animal vamos calar a nossa voz para não ferirmos susceptibilidade tão frágil?

Não! Nunca!… Os caricaturistas devem caricaturar como até aqui, porque a liberdade de expressão é uma conquista da Democracia. Se o sentimento religioso é sagrado, a liberdade de expressão é igualmente sagrada nesta Europa que se libertou do jugo religioso no século XVIII… precisamente em França.

OV
(O autor escreve sem obedecer ao último Acordo Ortográfico)

Diário de uns Ateus – Texto publicado na GAZETA DE PAÇOS DE FERREIRA, um jornal que acolhe a opinião de um ateu.

3 de Fevereiro, 2015 Carlos Esperança

“EM VERDADE VOS DIGO” – Crónica Ateísta (11)

Por

Onofre Varela

Sobre Francisco I (2)

O jovem Daniel (nome fictício), que escrevera ao Papa contando ter sido vítima de pedofilia na comunidade religiosa “Clã dos Romanes”, em Granada, estava ao volante do seu carro no dia 10 de Agosto último, quando atendeu um telefonema de um número desconhecido.
— Falo com o senhor Daniel?
— Sim, sou eu. Quem fala?
— Boa tarde, filho. Sou o padre Jorge.
— Deve ter-se enganado. Não conheço nenhum padre Jorge…
— Bom… sou o Papa Francisco.

Foi assim, directamente, sem intermediários e com esta simplicidade, que o Papa contactou o reclamante. Aturdido, Daniel ficou incapaz de articular qualquer palavra.

— Continuas a ouvir-me? Mantem-te sereno. Li a tua carta várias vezes. Emocionei-me e senti imensa dor ao ler o teu relato. Quero pedir-te perdão em nome de toda a Igreja de Cristo. Perdoa este gravíssimo pecado e gravíssimo delito que sofreste. Já há gente a trabalhar para que tudo isto se possa resolver.

Na sequência da acção do Papa, foi aberto um inquérito pelo arcebispo de Granada que pôs sobre investigação policial dez padres, decretando o cumprimento da “disciplina da Igreja” para estes casos, a qual consta de “tolerância zero com os abusos e quem os comete, ajuda às vítimas uma vez comprovados os factos, e cooperar com as autoridades”.

Parece que algo está a mudar na Santa Sé, e a humildade do clérigo Jorge Bergoglio, no papel de Papa Francisco I, é facto inédito no Vaticano. Só nos falta saber se o ítem da “comprovação dos factos” é, mesmo, passível de ser aplicado… com tantas mantas encobridoras dos crimes clericais! O que se sabe, para já, é que das dez pessoas investigadas, quatro foram detidas mas acabaram por ser postas em liberdade com a obrigação de apresentações quinzenais na esquadra de polícia.

OV
(O autor escreve sem obedecer ao último Acordo Ortográfico)

Diário de uns Ateus – Texto publicado na GAZETA DE PAÇOS DE FERREIRA, um jornal que acolhe a opinião de um ateu.

2 de Fevereiro, 2015 Carlos Esperança

O Islão é pacífico

Atualidade \ África

Soldados na cidade de Maiduguri – AP

01/02/2015 15:41
Esta é a segunda vez em poucos dias que Boko-Haram tenta tomar o controlo de Maiduguri, o que representaria para ele uma grande vitória estratégica e simbólica. A mais recente tentativa tinha sido a 25 de Janeiro, ocasião em que se tinha amparado da Vila de Monguno e de uma base militar.

2 de Fevereiro, 2015 Carlos Esperança

“EM VERDADE VOS DIGO” – Crónica Ateísta (10)

Por

Onofre Varela

Sobre Francisco I (1)

Para um ateu o Papa tem a mesma importância de um chefe de Estado; que é isso mesmo que ele é: chefe do Estado do Vaticano. Porém, para as sociedades religiosas frequentadoras da Igreja Católica, o Papa é muito mais do que isso… é, também, uma autoridade religiosa e um símbolo moral. Houve tempo em que se afirmava ser, o Papa ,“o representante de Deus na Terra”, o que não passava de um disparate infantilizado.

A história da Igreja está recheada de atitudes papais negativas, quer pela prepotência e arrogância históricas, quer por actos criminosos que gozavam de impunidade no tempo em que a Igreja ditava leis e ordenava sobre tudo e sobre todos. Porém, a mesma história também conta com exemplos positivos. É o caso do Papa actual, Francisco I,que tem sido referenciado como um clérigo exemplar, incorruptível e dono de uma moral sã que quer ver consagrada (nos termos de a tornar durável) em todos os locais onde haja um sacerdote católico.

O jornal espanhol El País de 18/11/2014 e o Jornal de Notícias de 25/11/2014 noticiaram que um jovem de Granada (Espanha), hoje um professor com 24 anos e elemento do Opus Dei, foi abusado sexualmente, no início da juventude, numa instituição religiosa, após um sacerdote o ter induzido a abandonar a casa dos pais, aos 17 anos, passando a ser visitado no seu quarto por três sacerdotes e um leigo, que o violavam sistematicamente, numa comunidade intitulada “Clã dos Romanes” em homenagem ao seu líder, o padre Román Velázquez de Castro.

Recentemente, não conseguindo esquecer nem calar por mais tempo o crime de abuso sexual de que foi vítima, e considerando que outros jovens podiam estar a passar pela mesma agonia, o jovem decidiu escrever uma carta a Francisco I contando o seu infortúnio.

No dia 10 de Agosto de 2014, o Papa telefonou ao jovem. O teor desse telefonema e as suas consequências serão aqui abordadas na próxima edição.
(Continua)

OV
(O autor escreve sem obedecer ao último Acordo Ortográfico)

Diário de uns Ateus – Texto publicado na GAZETA DE PAÇOS DE FERREIRA, um jornal que acolhe a opinião de um ateu.